Cinema de primeira
O que um criador de cabras no Marrocos, uma família classe média norte-americana, uma empregada mexicana imigrante e um executivo japonês, pai de uma deficiente auditiva, podem ter em comum? Babel, o novo filme do diretor mexicano Alejandro Gonzalez Iñarritu, estrelado por Brad Pitt e Cate Blanchett, consegue amarrar, num excelente e bem inspirado roteiro, histórias de pessoas comuns que, entrelaçadas pelo destino, servem como pano de fundo para discutir desde a condição humana a relações de poder num mundo globalizado. É cinema de primeiríssima qualidade. Há quem diga que o filme de Iñarritu “é um festival de descompassos”, como apontou a jornalista Isabela Boscov, da revista Veja. Deixemos as tolices da Veja e seus críticos para lá, afinal de contas é pedir demais algum tipo de postura ética e sensata naquelas páginas. O fato é que a película não se candidata ao Oscar à toa. Nada disso. É a indústria cinematográfica dos Estados Unidos que se curva à maestria de uma discussão pra lá d...