Liberdade na internet!


O encontro de duas geracões de libertários da net: o hacker Georgy Berolyshev e o papa do software livre, John Maddog Hall (de barba)
Foto: Fernando Cavalcanti

Software livre! É a mais nova palavra de ordem das lutas populares. Enquanto a grande mídia dava destaque apenas aos games e a novidades na edição brasileira do Campus Party, que reuniu 3.300 pessoas, os chamados “campuseros”, militantes pela livre circulação do conhecimento tecnológico disparavam seus gritos de guerra contra o controle das megacorporações. O Campus Party é o maior evento de entretenimento eletrônico em rede do mundo, um encontro anual realizado desde 1997 e que esse ano ocorreu no Brasil, em São Paulo, de 11 a 17 de fevereiro, nas instalações do pavilhão Cecilio Matarazzo, na Bienal do Parque Ibirapuera. O evento foi encerrado com uma passeata que contou com a participação de 300 pessoas, uma flash mob liderada por um robô. Na manifestação, nerds, geeks, hackers, cientistas, gamers perfilaram-se junto ao robô e gritaram palavras de ordem pela liberdade na Internet e contra o projeto de lei do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). A flash mob teve a participação de personalidades presentes ao protesto, como o sociólogo Sérgio Amadeu, Mário Teza e Jon “Maddog” Hall, o arquinimigo da Microsoft, entre outros ícones do movimento pelo livre conhecimento no Brasil e no mundo. Segundo Amadeu, “quando a circulação de conhecimento é livre a criatividade prolifera”. O sociólogo acrescenta também que os maiores inventos da sociedade da informação não foram feitos dentro de ambientes fechados, sob o controle dos gerentes de patentes das megacorporações. “Obviamente, as inovações incrementais têm milhões de dólares nelas aplicadas, mas a genialidade brota de ambientes em que a liberdade e o compartilhamento do conhecimento imperam”, afirma Amadeu em seu blog. O alerta de Amadeu fundamenta-se em um dado concreto: em pouco tempo a maior parte da produção simbólica da humanidade passará pela rede mundial e o seu controle pelo grande capital significará o controle-pedágio ao seu acesso. O problema recai na democratização da mídia e na luta pela inclusão digital, o que vai de encontro ao que propõe o projeto de lei de Azeredo, que pretende estabelecer uma regulamentação criminal para controlar a Internet no Brasil. Na verdade, o senador tucano atua como porta-voz dos interesses das megacorporações que não admitem o uso democrático das novas tecnologias. Assim se procede com a internet e seus desmembramentos atuais, como a TV e o rádio digitais, cujos padrões tecnológicos adotados (modelo japonês) pelo Governo federal beneficiaram as grandes e poderosas redes de televisão do país, consorciadas com as megacorporações internacionais, hoje em torno de cinco grupos que garroteiam quase que 100% da produção e distribuição dos bens audiovisuais no mundo.

Comentários

Luiz Fernando disse…
TA FACIL NÃO!
TEM HORAS QUE A GENTE PENSA EM VIRAR LADRÃO
MEXE, REMEXE NO BOLSO E NÃO TEM UM TOSTÃO,
SÓ SE VE TRABALHO NA TELEVISÃO

TA FACIL NÃO!
TEM MUITO DINHEIRO EM POUCAS MÃOS
TEM MUITAS MÃOS PEDINDOS NAS RUAS,
QUERENDO ACHAR UMA SITUAÇÃO

SEI LÁ!
O TEMPO PASSANDO, O BACURI CRESCENDO
OLHANDO PRO LADO, SEMPRE ATENTO.
QUALQUER VENCIMENTO É DESPEJO AO VENTO

NÃO DÁ!
NÃO TEM JEITO DE IGNORAR,
ESTOURANDO CARTÃO OU OUTRO LUGAR.
NÃO DORME, NÃO CHORA, NÃO COME, NÃO MORA.
E NEM NAMORA ,
FAZ SAMBA PRA VER SE O TEMPO AFLORA.
NA FAUNA URBANA, SÓ VENCE NA TORA,
SENTA NO BAR, AMIGOS, CERVEJA,

NA VEJA!
SÓ TEM PIADA DO TIPO SEM GRAÇA.
DIRIA O POETA, NEM VELHO NA PRAÇA,
É UMA PENA NÃO GOSTAR DE CACHAÇA.

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