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O caro, o barato e o tecnocrata

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“O estado de bem-estar social era muito caro”, afirmou um técnico do setor público quando discutíamos a crise da Europa, e em particular a da Grécia. Não me tomei surpreso. Naquele momento imaginei como Margaret Thatcher e a Escola de Chicago conseguiram difundir tão bem seus valores mundo afora entre cabeças de tecnocratas engomadinhos. A sociedade se resume a uma planilha onde cabe apenas o cálculo racionalizado. Mas este não é um pensamento solto ou um discurso deslocado de certo engajamento ideológico. Não, não é. Políticas públicas de educação, saúde, segurança e lazer ganharam ares de heresia nos tempos da euforia neoliberal. Em nome da eficiência, o sacrossanto mercado responderia muito bem às demandas sociais, desafogando impostos dos setores privados, que agora poderiam efetivamente canalizar recursos em maior volume para o setor produtivo, gerar pleno emprego em abundância e prestar serviços públicos com eficiência e competitividade, superando a inércia do Estado. O ciclo