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Mostrando postagens de abril, 2007

Boa tacada!

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Bola dentro do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social do Governo, o jornalista Franklin Martins. Durante debate realizado pelo programa Ver TV, exibido pela TV Câmara e que discutia a implantação da Rede Pública de Televisão, o ministro foi questionado pelo presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), José Inácio Pisani, sobre o “risco” de uma rede pública de televisão vir a fazer proselitismo político para o Governo. Martins não se fez de rogado e respondeu: “Concordo, acho que nenhuma rede de televisão, seja pública ou privada, tem o direito de fazer proselitismo político”. Um tapa bem dado na cara dos patrões da mídia que entendem que só eles podem manobrar a vida nacional e pautar os fatos à maneira que melhor beneficie seus intentos políticos e econômicos. A hipocrisia de Pisani foi bem rebatida.

Tudo que é sólido se desintegra

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Um cartaz me chamou atenção ao adentrar o prédio dois das Faculdades Jorge Amado - uma das instituições que leciono - na manhã da última quinta-feira. A peça publicitária comunicava a confecção de carteiras estudantis da União Nacional dos Estudantes (UNE). Em tom apelativo, o anúncio informava que o estudante que fizesse a carteirinha seria contemplado, além dos descontos previstos em lei, com diversos convênios. Até aí, tudo bem. Todavia, de quase uma dezena de convênios expostos, nenhum, absolutamente nenhum, se referia à livraria ou consumos de livros. As benesses se referiam a bares, lanchonetes – como o McDonald’s – e outros espaços de lazer. No mesmo dia deparei-me com outro cartaz que anunciava um certo Encontro Regional de Estudantes de Comunicação, Administração e Direito. A programação era o ponto “alto”: chopadas, festas e uma palestra, apenas uma, com o ex-jogador de basquete Oscar Schmidt. O recado que ele iria dar? Bem, isso pouco importava, já que nem mesmo constava no

O privilégio num mar de exclusão

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É com razão que o sociólogo francês Löic Wacquant entende o neoliberalismo como um “Estado penal”. Autor de dois livros sobre o tema, As Prisões da Miséria e Punir os Pobres: a nova gestão da miséria nos Estados Unidos, Wacquant aponta o Estado neoliberal, globalizado, como agenciador do repúdio da classe dominante pelos miseráveis, o que ocasiona uma política de isolamento e repressão a esses indesejados. É quando o individualismo surge próspero neste meio, atitude que promove o distanciamento entre os indivíduos. O eu ocupa o lugar do nós , conduta responsável por promover, também, a competição ferrenha pelo "sucesso". Afinal de contas, o relevante na contemporaneidade é a aparência "limpa" e o “espetáculo”. No caso do Brasil, a busca dessa “assepsia” social toma conta da agenda nacional à medida que cresce a marginalização na sociedade, já que a mesma é vista pela grande mídia e pela maioria dos operadores jurídicos de forma atomizada e deslocada do seu conte

Um recado de Cazuza e Arnaldo Brandão em 1985

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O Tempo Não Pára Cazuza/Arnaldo Brandão Disparo contra o sol Sou forte, sou por acaso Minha metralhadora cheia de mágoas Eu sou o cara Cansado de correr Na direção contrária Sem pódio de chegada ou beijo de namorada Eu sou mais um cara Mas se você achar Que eu tô derrotado Saiba que ainda estão rolando os dados Porque o tempo, o tempo não pára Dias sim, dias não Eu vou sobrevivendo sem um arranhão Da caridade de quem me detesta A tua piscina tá cheia de ratos Tuas idéias não correspondem aos fatos O tempo não pára Eu vejo o futuro repetir o passado Eu vejo um museu de grandes novidades O tempo não pára Não pára, não, não pára Eu não tenho data pra comemorar Às vezes os meus dias são de par em par Procurando agulha no palheiro Nas noites de frio é melhor nem nascer Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer E assim nos tornamos brasileiros Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro Transformam o país inteiro num puteiro Pois assim se ganha mais dinheiro A tua piscina tá cheia de ratos T

UDN, Arena, PDS, PFL e agora "Democrata", a continuação da velha saga direitista e golpista

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O PFL de roupa nova agora é Democrata. Como assim? Isso mesmo: DE-MO-CRA-TA. Nas palavras do senador Jorge Bornhausen (DEM-SC), “o nome foi pesquisado, o que nos dá a virtude se sermos chamados de democratas”. E logo a piada surge, pois a abreviação da legenda na mídia é DEM e já está sendo chamada sugestivamente de Deixa Eu Mandar . Borracha devidamente passada na história, os novos “democratas” foram acometidos de surto proposital de amnésia, ou melhor, memória seletiva. Como queiram. Se formos à genética do novo partido encontraremos uma “bela” herança da “causa democrata”. Vejamos então: após a Ditadura do Estado Novo, foi fundada em 1947 a União Democrática Nacional, a UDN. Contradições e rachas marcaram a trajetória udenista. A UDN era um mosaico de teses liberais, autoritárias e conservadoras. O partido que pressionou para apear Getúlio Vargas do poder em 1954 ficou marcado pela vinculação com os militares e as aspirações das camadas médias urbanas. O udenismo caracterizou-se pe