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Mostrando postagens de março, 2009

Sim, foi ditadura!

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Há 45 anos o Brasil iniciava um dos períodos mais violentos da sua história recente. Na madrugada do dia 31 de março para primeiro de abril de 1964 tropas comandadas pelo general Olimpio Mourão Filho se deslocaram de Juiz de Fora (MG) em direção ao Rio de Janeiro. Conspirador ativo do golpe, o ex-integralista Mourão não encontrou resistência. As forças militares enviadas pelo presidente João Goulart para barrar a quartelada, lideradas pelas guarnições do I Exército, terminaram por se confraternizar com os golpistas no meio do trajeto. Goulart não tinha mais chance e resolveu partir para seu estado natal, o Rio Grande do Sul, e de lá para o exílio no Uruguai, onde morreu em 1976 em circunstâncias até hoje não devidamente explicadas - suspeita-se que o enfarte fulminante sofrido pelo ex-presidente tenha sido provocado por ingestão de substância tóxica, uma trama ardilosamente arquitetada pelo escritório da CIA em Montevidéu, cujo comando à época estava sob a responsabilidade de Frederick

Habermas, a opinião pública e a aprovação de Jaques Wagner

O filósofo alemão Jürgen Habermas, um dos principais herdeiros das discussões da Escola de Frankfurt, enfatizou na sua obra Mudança Estrutural da Esfera Pública a diferença entre “opinião pública e opinião publicada”. Para Habermas, a presença progressiva dos mass midia na sociedade ocidental se encarregou de diluir o que seria uma opinião pública mais genuína. Emerge então o fenômeno da opinião publicada. Ou seja, os meios de comunicação seriam os catapultores das supostas manifestações de opiniões – individuais e com status de pública - mediante as ações dos agentes envolvidos com a indústria da mídia – publishers, jornalistas, comentaristas, articulistas e demais midias men . A quem tem o lugar da fala é arbitrada então a “livre” manifestação das idéias, entendendo como “livre” a liberdade de empresa, sobretudo, e não necessariamente a liberdade de imprensa. Por intermédio desta compreensão podemos avaliar as recentes pesquisas divulgadas pelo Instituto Datafolha, que apontam o go

A pérola da múmia-escriba

Múmias andantes, me lembro, apenas figuravam nos filmes de terror, ainda preto e branco, que assistia na TV durante as tardes. Mas começo a desconfiar que elas existem e andam a vagar pelas mídias do país. Uma delas, um supernumerário da Opus Dei, ocupou hoje espaço num jornal soteropolitano para criticar o governo de Hugo Chávez na Venezuela e de resto diversos outros governos democraticamente eleitos na América Latina. A múmia-escriba, que tem no seu histórico ideológico a militância integralista, fala da ausência da “verdadeira democracia” no continente. Será que a “verdadeira democracia” a qual se refere foram as ditaduras militares que varreram o continente durante os anos 70 e 80? Essa múmia é forte candidata ao Troféu Peroba.

Jornalista diz que foi censurado

O jornalista da revista Carta Capital, Leandro Fortes, diz que foi censurado pelo presidente do STF, Gilmar Mendes. Segundo Fortes, Mendes fez gestão junto ao presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, para que tirasse do site da instituição uma entrevista dada por ele à TV Câmara no último dia 11 de março. Na entrevista, o jornalista questionou as investigações realizadas contra o delegado Protógenes Queirós, que comandou a Operação Satiagraha. De acordo com Fortes, Mendes também está lhe processando pelo fato de ele ter escrito matéria, publicada na Carta Capital, na qual acusa o ministro de manter "muitos negócios nebulosos que envolvem o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP)". O IDP tem Mendes entre um dos seus proprietários.

Qual a diferença entre publicidade e propaganda?

Tenho profunda admiração pelos colegas publicitários. Muitos deles detêm invejável senso de observação, reconheço. No entanto, boa parte se embebeda no mais profundo empirismo quando o assunto é discutir o campo das teorias da comunicação social. Quase sempre um olhar raso sobre o tema. Talvez pensando que tudo possa se resumir ao imediato entendimento da realidade. É a tese do balaio, onde tudo cabe a partir de um único conceito. Sobram bolodórios discursos e faltam argumentos científicos. Há alguns dias uma profissional de comunicação arguiu que publicidade e propaganda seriam a mesmíssima coisa. Contra-argumentei e tive como resposta a assertiva de que a dissociação dos conceitos de publicidade e propaganda “era uma visão antiga e que não mais se aplicaria”. Por alguns minutos tentei identificar em quais marcos histórico-temporais a publicitáriapropagandista se balizou para dar tal veredicto. Encabulei. Por que “visão antiga que não mais se aplicava”? O que seria então essa suposta

História que começa a ser desvendada

Em breve os meios políticos e acadêmicos tomarão conhecimento de uma faceta da história da Bahia que ainda se encontra sepulta. Trata-se de uma trama ocorrida entre os anos 1935 e 1941. A narrativa discorre sobre as negociações entre personagens de peso da política local e autoridades de um dos países envolvidos na Segunda Guerra Mundial. Aguardem, a obra está para entrar no forno.

Torcida de pé frio

Coluna de um certo jornal baiano fez loas à movimentação tucano-democrata ocorrida no Recife em torno da candidatura de José Serra. O experimentado escriba vestiu a camisa de torcedor da aliança, sem cerimônia. Tomara. Nas duas últimas eleições seus prognósticos foram tão pífios.

Freud com a palavra:

"Não me cabe conceber nenhuma necessidade tão importante durante a infância de uma pessoa que a necessidade de sentir-se protegido por um pai". (Sigmund Freud)

Perdeu a fé, Miriam?

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A fé cega depositada nas agências classificadoras de risco pela comentarista de economia da Rede Globo, Miriam Leitão, ao que parece, arrefeceu, sumiu. A diva da Vênus Platinada há meses não inicia seus comentários se utilizando das “precisas” informações desses organismos. Aliás, é bom lembrar, a nota dada em junho do ano passado por uma dessas agências à Companhia de Seguros AIG foi AA, a nota máxima que aponta baixíssimo risco e alto grau de confiabilidade para investimentos. Em setembro a AIG quebrou. A companhia tinha um passivo de 8 bilhões de dólares. Bonito, hein Miriam?

Miriam Makeba - Pata Pata

Homenagem a Miriam Makeba, a cantora sul-africana falecida recentemente. Dedicou sua vida à música e à luta contra o apartheid.

Nacionalismo de fachada

Os principais jornais do país reportaram a manifestação organizada ontem (15) pelo advogado e playboy Eduardo Lins e Silva que pretende usurpar o direito legítimo do norte-americano David Goldman de ter a guarda do filho, Sean Goldman, de nove anos. A história do caso remonta há mais de cinco anos, quando a brasileira Bruna Bianchi, residente nos Estados Unidos, estava casada com Goldman. Numa viagem de férias, Bruna trouxe o menino para o Brasil e não mais retornou, caracterizando crime de sequestro, já que não havia nenhuma decisão judicial que lhe desse, à época, a guarda integral do filho. Aqui ela se casou com Lins e Silva e, no ano passado, faleceu durante o parto da filha que teve com o advogado. Nada mais justo e legítimo que Goldman querer criar seu filho. Mas os avós maternos da criança passaram a se utilizar do padrastro para reter o menino no Brasil. A manifestação de ontem, ocorrida na praia de Copacabana, expôs uma patriotada oportunista. Os amigos e parentes de Lins e Si

Número de crianças sem-teto cresce nos EUA

A maior potência econômica do planeta mostra uma de suas facetas. Uma de cada 50 crianças norte-americanas experimenta a condição de sem-teto. O número consta no relatório divulgado nesta terça-feira (10) pelo National Center on Family Homelessness (Centro Nacional sobre Famílias Sem-Teto). O estado de Connecticut é o que está em melhor situação. O Texas do ex-presidente George W. Bush é o pior colocado. O relatório analisa os dados de 2005 e 2006 e estima que 1,5 milhões de crianças experimentaram a condição de sem-teto pelo menos uma vez durante esse período. O problema, segundo o relatório, se agravou devido às execuções de hipotecas imobiliárias e às demissões provocadas pela recessão em aprofundamento (do portal vermelho.org).

A diferença entre o fato e a "notícia"

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A luta das mulheres campesinas não é explicada pela imprensa Por intermédio de artigo publicado em diversos jornais do país, o jornalista Carlos Alberto Di Franco, que esconde na imprensa sua condição de supernumerário da Opus Dei , atacou veementemente os movimentos sociais que lutam pela reforma agrária, em particular o MST e a Via Campesina. O texto repete os mesmos clichês de sempre e agrega o argumento modal utilizado ultimamente pela direita nacional, de que o Governo Federal tem repassado recursos públicos para os movimentos sociais. Com Di Franco, tem cerrado fileiras o “insuspeito” presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, as entidades que representam os empresários rurais ligados ao agronegócio, e de resto uma gama considerável de parlamentares, donos de meios de comunicação, jornalistas, articulistas de consideráveis parcelas da mídia e setores influentes das forças armadas. A ofensiva de criminalização dos movimentos esconde a ponta de um ice berg que não é es

Quero ser excomungado!

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Não sou católico, ainda que na primeira infância a violência simbólica do batismo tenha me afetado. Foi só um rito de passagem, apenas. Mas já que “oficialmente” a Igreja Católica me considera integrante do seu rebanho, aproveito o gancho para pedir publicamente minha excomunhão. Sim, quero ser excomungado pela Igreja. O pomo da discórdia foi a ordem dada pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, de excomungar os médicos e parentes da menina de 9 anos que teve que se submeter a um aborto devido ao estupro realizado pelo padrasto. Meu hipocritômetro atingiu o limite. Talvez a Igreja tenha achado que a violência cometida contra a criança não fosse grave. Dá pra entender: para uma instituição que acolhe milhares de pedófilos, uma criança a mais ultrajada e violentada pode não ser nada mesmo. A Igreja não estava se importando com o risco que a menina corria, até mesmo de morte, já que ela não tem estrutura física para conceber uma criança. Na opinião do arcebispo, &quo

Medidas proativas na Venezuela

Por ordem do presidente venezuelano, Hugo Chávez, o governo nacional tomou medida preventiva de ocupação temporária de várias indústrias produtoras de arroz no país, ante o desvio do produto para outros fins, deixando de lado os preços regulados, o que obrigava o consumidor a pagar preços mais altos. A decisão de ocupação das fábricas de arroz foi tomada por Chávez no último dia 28 de fevereiro. O presidente venezuelano acusou as empresas de boicotar a cadeia de fornecimentos ao recusarem-se a produzir arroz – uma das principais produções agrícolas venezuelanas – aos preços definidos pelo Executivo. Segundo o Ministério da Agricultura, as empresas passaram a produzir apenas variedades de arroz não-tabeladas para ter mais lucro. A medida de intervenção das fábricas de arroz tem como objetivo garantir a todos os venezuelanos a disponibilidade de arroz branco no mercado nacional, de acordo com o vice-ministro de Economia Agrícola, Richard Canán. Canán explicou que uma das fábricas de arro

Troféu Peroba

E o Gilmar Mendes, hein? O todo-poderoso do STF e novo porta-voz da direitona tupiniquim, acusado em reportagem veiculada pela revista Carta Capital de ter recebido R$ 2,4 milhões em recursos públicos para o seu Instituto Brasiliense de Direito Público, agora arrota para questionar o repasse de recursos às ações com movimentos sociais. Vê se te emenda, Gilmar!

A mestra bota a boca no trombone

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Considerada uma das mais qualificadas economistas do país, a professora Maria da Conceição Tavares faz uma prévia do que falará na abertura do Seminário Internacional sobre o Desenvolvimento, que será aberto amanhã (05) em Brasília. Diz a mestra: ”(...) Estamos diante de uma tempestade global. Não é apenas a violência que assusta; é, principalmente, o fato de que a sua origem financeira torna tudo absolutamente opaco no horizonte da economia internacional. Mente quem disser que sabe o que virá e quanto vai durar. Minha percepção mais clara é de que será uma guerra de resistência; e que o Brasil tem condições de segurar o manche, e agüentar (...)”.