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Mostrando postagens de janeiro, 2015

Depois da Chuva é filme para o mundo assistir

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Caio (Pedro Maia) busca o colo materno. A mãe (Aícha Marques), impávida, nem mesmo olha para o filho que, carente, disputa espaço para se debruçar no seu ventre. Ela mantém atenção fixa na televisão, que reporta a posse de José Sarney, primeiro presidente civil após o regime militar e que conduz o início da Nova República. Ele desiste do intento. A cena é forte e traduz o recado que Depois da Chuva passa: a desilusão que contrasta com o clima de euforia decorrente da redemocratização do país, em 1984, quando os militares entregaram o poder após 20 anos de ditadura. O estado de exceção se fora, mas não os conflitos que envolvem gerações. Caio é um adolescente que estuda num colégio particular e conservador. Está envolvido com um grupo de ativistas anarquistas, descrentes da política partidária tradicional. Atuam num espaço no Centro Histórico onde funciona uma rádio pirata. Eles fumam, atacam o sistema, tocam música experimental e debocham dos militantes da esquerda ortodoxa, i

Quando o público define o que se propaga. Ou o nó górdio da mídia contemporânea

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Rever os conceitos de propagabilidade numa economia da mídia forjada pela intensa participação dos usuários como condutores de ideias e atuantes na remodelagem dos produtos veiculados. Mais do que o valor agregado a partir de uma escala puramente econômica, a Internet tem proporcionado aos membros da audiência, também produtores, novas percepções do sentido de lucro. Na economia da dádiva, ou do dom, mais vale a opinião e a catapulta midiática nas mãos dos usuários do que 1000 banners “flashando” a linha do tempo de alguém. Doravante, o jornalismo, a propaganda e a publicidade, da forma que o capitalismo desenhou até o momento, em breve serão peças arqueológicas. Diria Marx: “Tudo que é sólido se desmancha no ar”. O vaticínio é dos estadunidenses e estudiosos da mídia Henry Jenkins, Joshua Green e Sam Ford, três pesquisadores ligados ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Em Cultura da Conexão , lançado no Brasil pela Editora Aleph, o compartilhamento nas redes s