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Mostrando postagens de 2008

A mea culpa meia boca de Jabor

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E Arnaldo Jabor, hein? Depois de anos defendendo a supremacia do “senhor” mercado, ele se rendeu aos fatos. Em depoimento no programa Jogo Aberto, da Globo News, o dublê de cineasta e arremedo de comentarista reconheceu sua empolgação quando no início dos anos 90 agarrou entusiasmado as teses do neoliberalismo. Depois da deblaquê das bolsas, os templos sagrados que permearam durante anos seu imaginário, Jabor disparou: “estávamos todos empolgados com a globalização depois que o Muro de Berlim caiu. Eu mesmo fui um deles”. O depoimento do articulista da Globo revela o senso comum, pensamento único, na quase inabalável crença na desregulamentação dos mercados e no aniquilamento dos estados nacionais.

Outros setembros não interessam

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O golpe no Chile foi sangrento, e esquecido Na quinta-feira passada a apresentadora Ana Maria Braga – aquela que diverte madames e comenta sobre tudo acerca do nada – iniciou seu programa às 8h da manhã com cenas do atentado às torres gêmeas do wtc, em Nova York, em 2001. Com olhar consternado, a beldade global suspirou e falou: “faz sete anos”. O “sentimento” da apresentadora pode ser entendido como a visão amálgama que conduz boa parte dos meios de comunicação do país sobre o fato. A maioria do aparato midiocrático tupiniquim ainda repercute o episódio no clima “United States under attack” – Estados Unidos sob ataque -, à semelhança da CNN e outros mídias estadunidenses. Mas nada se falou de outro 11 de setembro, o que ocorreu em Santiago do Chile em 1973, o sangrento golpe de estado patrocinado pelo governo norte-americano que depôs o presidente socialista Salvador Allende. Só nas primeiras horas subseqüentes ao golpe mais de cinco mil pessoas morreram. A ditadura no Chile, tendo

Crime premeditado

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Crônica de uma vilania anunciada. Para quem teve olhos críticos pra ver a edição da revista Veja de nº 2076, identificou um sofisticado estratagema. Com título “Vingança”, a matéria de capa trouxe uma vazia reportagem sobre o tema. Era uma senha. Decodificando-a com atenção, um aviso para o que viria no recheio: a vingança engendrada pelo mix de financista, chefe de quadrilha e espião Daniel Dantas contra as autoridades de segurança da República. Haviam o “incomodado” com a operação Satiagara. A mira de Dantas, por intermédio da Veja, foi Paulo Lacerda, diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e ex-diretor-geral da Polícia Federal. Lacerda há tempos andava no calcanhar de Dantas. Apresentando uma suposta gravação envolvendo dois personagens, o senador Demóstenes Torres (Dem-GO) e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, a “matéria” afirmava no enunciado: “Diálogo comprova que espiões do governo grampearam o presidente do Supremo Tribunal Federal. Autor

Segundo Carlos Saura: "Cria Cuervos"

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A genética não nega. Para entender a querela levada a cabo pelo ex-governador da Bahia Paulo Ganem Souto - presidente do Dem no Estado - em torno da blindagem do carro oficial que serve ao governador Jacques Wagner, fato repercutido na Assembléia pelo deputado estadual Gildásio Penedo (Dem), é preciso conhecer, um pouco que seja, sobre as aves da família dos corvídeos. E porque o governador tem que se blindar contra elas. Os corvídeos formam uma grande família e têm o costume de se postarem à espreita no alto de árvores isoladas, de onde podem observar o que ocorre nos arredores para desfechar violentos ataques. São aves traiçoeiras. A irritação de Paulo Souto traz à baila a história dos corvos que povoam a República do Brasil. É uma questão hereditária. Os corvos sempre freqüentaram a esfera política da terra brasilis, mas foi a partir da década de 50 que suas asas se abriram com mais esplendor no cenário nacional. Corvídeos oriundos do coronelato rural, em aliança com outros corvídeo

Uribe e o jogo do império. Ou porque Ingrid Bettancourt demorou ser libertada

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No último dia dois de julho o mundo foi surpreendido com a libertação de Ingrid Betancourt, que estava havia seis anos encarcerada na selva colombiana pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as Farc. Bettancourt foi seqüestrada pela guerrilha em 2002 quando se lançava candidata à presidência pelo Partido Verde Oxigênio. Tinha 0,2% das intenções de votos. Com ela, outros 14 reféns também foram libertados, entre eles três norte-americanos agentes da CIA. O resgate da ex-senadora foi marcado pela histeria conservadora e dos seus representantes na mídia. No entanto, nenhuma palavra que questionasse porque Bettancourt não foi libertada meses antes. Prevaleceu a estratégia de Washington e a do seu aliado na América do Sul, o presidente colombiano Álvaro Uribe. Um estratagema fácil de desmontar. No final do ano passado o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, iniciou a intermediação para a soltura de diversos reféns das Farc, inclusive Bettancourt. A iniciativa de Chávez fora acompan

Um terceiro mandato que não incomoda a Globo

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Enquanto isso, aqui no Brasil, o provável terceiro mandato de Álvaro Uribe não desperta a repulsa dos articulistas das grandes redes e cadeias de televisão, jornais e rádios. Dois dias depois de anunciada a libertação de Bettancourt, o âncora do Jornal da Manhã da TV Globo Renato Machado afirmou: “Ingrid Bettancourt defende o terceiro mandato para Álvaro Uribe”. Não houve nenhum questionamento na Vênus Platinada. Uribe não foi classificado de ditador por Renato Machado, Miriam Leitão, William Waack ou qualquer outro pau mandado de Ali Kamel, diretor de Jornalismo da emissora. Quando se trata do presidente da Colômbia a informação recai com aura de legitimidade. Diferente do tratamento dispensado a Hugo Chávez quando assumiu seu terceiro mandato com o endosso das urnas, ou a Lula quando para este se levanta a hipótese, ainda que remota, de um terceiro mandato. A tese da alternância democrática da Rede Globo é seletiva e, sobretudo, comprometida com seus patrões norte-americanos. Não é d

O adeus do doce anarquista

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Um maravilhoso anarquista. Todas as trincheiras da luta pela liberdade perderam, na última sexta-feira, dia 23, o médico, terapeuta, escritor, dramaturgo e roteirista Roberto Freire. Autor de 25 livros, entre eles Cléo e Daniel, Sem Tesão Não Há Solução, Ame e dê Vexame, Coiote e Eu e um outro , Roberto Freire, o bigode , foi seguramente um dos maiores intelectuais desse país. Para a televisão, escreveu a Grande Família e TV Mulher. Certamente que a repercussão da sua morte não teve o destaque merecido. Freire era uma espécie de bad boy entre os círculos mais letrados do país, à direita e à esquerda. Ainda lembro quando tive o primeiro e único contato com o terapeuta aqui em Salvador. O ano era 1989. Fui convidado a conhecer um bar diferente, o Tesão e Cia , nas imediações da Praia de Jaguaribe. Era, na verdade, uma cooperativa de jovens que nos finais de semana trabalhava com o bar e no restante dos dias oferecia terapias de grupo. Encantei-me pelo trabalho, ainda que polemizando. Pa

Nardi Suxo, vice-ministra da Transparência e Luta Contra a Corrupção da Bolívia, fala sobre seu país

Passou despercebida por parte dos meios de comunicação de Salvador a visita da vice-ministra da Transparência e Luta Contra a Corrupção da Bolívia, Nardi Suxo, que esteve na capital baiana entre os dias 14 e 15 de maio. Suxo veio à Bahia por recomendação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O objetivo foi conhecer tecnologias de gestão pública que estão sendo implementadas pelo governo baiano. Durante sua estada, em meio a uma agenda repleta de compromissos, a vice-ministra concedeu entrevista exclusiva ao blog Textos ao Vento na qual comentou sobre a situação atual do seu país. Nardi Suxo falou sobre a luta para dotar a Bolívia de melhores serviços públicos à população; a sanha separatista perpetrada pelas elites da região de Santa Cruz; a discriminação que estas praticam com as populações indígenas nativas, inclusive com o próprio presidente e auxiliares indígenas; e a certeza de que a Embaixada dos EUA está financiando a desestabilização do país. Sempre se r

Guarda Compartilhada. Agora é lei! Um basta à maternocracia

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Foram dez anos de luta. Na última terça-feira foi aprovado pelo plenário da Câmara Federal, em Brasília, o projeto de lei n o 6.350/02, a Lei José Lucas (ver Boxe abaixo), que institui no país a Guarda Compartilhada de filhos de pais separados ou divorciados. A nova lei pode se constituir num basta ao arbítrio praticado por muitas mães detentoras das custódias dos filhos. A lei estabelece, entre outros pontos, a divisão de responsabilidades de ambos os pais na criação dos filhos, o que também inclui livre acesso e, o mais importante, determina o rateamento das despesas entre pai e mãe. Trata-se, efetivamente, do compartilhamento. É o início da consolidação da Igualdade parental. Na verdade, a nova lei já nasce sustentada por ampla jurisprudência no assunto. Se inicia a derrubada de um muro ideológico construído pelo imaginário judaico-cristão que sublimou o papel da maternidade em detrimento da paternidade. E a herança disso foram as errôneas interpretações feitas por operadores juríd

O último recado de Milton Santos - O vídeo

Assista o trailer do documentário, leia a resenha e, claro, opine.

O último recado de Milton Santos - o texto

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As cenas são fortes e reveladoras. Imigrantes latinos tentando atravessar a fronteira do México com os Estados Unidos; pobreza no Brasil, na Bolívia, na Índia; Protestos e reivindicações dos movimentos sociais. A cada denúncia à globalização, sólidos argumentos. Irrefutáveis. E as imagens marcantes vão se entrelaçando com um doce personagem, que também é firme, duro. O entrevistado é o geógrafo Milton Santos, intelectual reconhecido internacionalmente. O entrevistador é o cineasta Silvio Tendler (Jango, Os anos JK, entre outros). E o filme: Encontro com Milton Santos ou O mundo global visto do lado de cá . Dirigido por Tendler e premiado no Festival de Cinema de Brasília de 2006, o documentário - já em exibição em diversos circuitos culturais - é um tapa na consciência de quem assiste. Com roteiro bem estruturado, consegue construir cada idéia extraída de Milton Santos veiculando cenas de situações vivenciadas em diversas partes do mundo. Crítico mordaz da globalização neoliberal, o ge

Dúbias posições

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A absolvição do mandante do assassino da irmã Dorothy Stang (foto) não preocupou os editorialistas dos grandes jornais e demais meios de comunicação O país ficou perplexo na semana passada com a absolvição do fazendeiro Vitalmiro Bastos Moura, o Bida, acusado de ser o mandante do assassinado da missionária Dorothy Stang em 2005. Conhecida por seu trabalho em defesa da reforma agrária, pelo reflorestamento de áreas degradadas e pelo esforço em minimizar os conflitos do campo no estado do Pará, a irmã Dorothy foi vítima de empresários ligados ao agronegócio. Vitalmiro havia sido condenado a 30 anos de prisão no primeiro júri. No segundo, apenas o seu capanga, o pistoleiro Rayfran das Neves, o Fogoió, foi condenado a 28 anos. Fogoió mudou seu depoimento 14 vezes ao longo do processo. Ainda que os meios de comunicação tenham dado ampla cobertura à decisão da “Justiça”, o caso requer uma análise mais profunda. As empresas jornalísticas e o Poder Judiciário são historicamente instituições c

O tacape de Dilma e a vergonha de Agripino Maia

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A ministra Dilma Rousseff desfechou um belo contra-ataque ao senador Agripino Maia (DEM-RN) quando este tentou ofendê-la com argumentos que só um beócio poderia utilizar Tudo fora programado pela oposição - parlamentar e midiática - para ser mais um palco no qual o Governo, na pessoa da ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff, seria devidamente defenestrado. Dilma havia sido convidada para falar na semana passada na Comissão de Infra-estrutura do Senado sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Mas o verdadeiro interesse das oposições – parlamentar e midiática – era constranger a ministra com perguntas sobre o dossiê dos cartões corporativos que teria sido vazado da Casa Civil e revelado gastos do ex-presidente FHC. Assanhados, os parlamentares oposicionistas apostavam no fracasso do depoimento de Dilma como se fosse um time comemorando a vitória antecipadamente. Talvez imaginassem belas manchetes nas quais diversos “arautos da modalidade” se sobressairiam como salvadore

Mais uma grande "matéria" do JB

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Foi a pérola da semana. A edição do dia 29/04 do Jornal do Brasil fez alquimia lingüística com uma matéria que foi chamada de capa. Com título Tráfico infiltra-se no PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, do Governo Federal -, o texto informa que a polícia havia prendido um certo Adauto do Nascimento Gonçalves, o Pitbull , que, segundo a matéria, “fazia expediente nas obras do PAC”. Prossegue o texto: “Para as autoridades, a captura comprova a infiltração (do narcotráfico) no programa”. Detalhe: a foto apresentada do traficante foi tirada de um crachá da construtora OAS, empreiteira que presta serviço ao Governo. Portanto, Adauto, se for o caso, é empregado da referida empresa, já que não existem empregados do PAC, a não ser na cabeça dos editores do JB. O restante da matéria, publicada na página 10 do Caderno A, atêm-se apenas às movimentações das policias Civil e Militar nos morros do Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, e Cantagalo, em Ipanema. Realmente, uma “apuração” digna do

Eternamente agradecido

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Blogs não devem ser ferramentas de mídia para falar do próprio autor, penso. Aqui, abro uma exceção. Na última sexta-feira, dia 18/04, fui homenageado pelos formandos de Jornalismo das Faculdades Jorge Amado. O ato muito me alegrou, não simplesmente pela homenagem em si, mas, sobretudo, pelo reconhecimento daqueles a quem dedicamos nossas melhores energias ao longo do convívio acadêmico. Sou-lhes grato e gostaria de dividir essa homenagem com vários colegas, pessoas que também atuaram com dedicação para que este aguerrido grupo pudesse atingir esse intento. São eles os colegas: Walter Takemoto, Tatiana Loureiro, Hudson Marambaia, Eliezer César, Marcos Dias e Maurício Matos. Brilhantes profissionais que tiveram suas trajetórias ceifadas nas FJA por conta de uma postura autoritária da instituição. Nesse mesmo diapasão, aqui lembro o fato de ter sido chamado de louco e doente pela diretora geral, feito presenciado por dezenas de alunos. Não adentrarei nesta seara, já que quem melhor avali

Partido da Imprensa Golpista esperneia e ataca

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Já era esperado. Com a divulgação dos últimos resultados da pesquisa CNT/Sensus, os quais indicam que a popularidade do presidente Lula atingiu a maior aceitação desde seu primeiro mandato – 58% acham sua administração boa e ótima - o Partido da Imprensa Golpista - o Pig, no dizer do jornalista Paulo Henrique Amorim - abriu uma nova bateria de escândalo político. Agora, as cargas são despejadas com força pra cima da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a chamada mãe do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC. Os índices sociais e econômicos alcançados, ainda que estejam longe do ideal, já assustam a oposição, que teme por uma provável transferência de votos do presidente para a possível candidata Dilma Rousseff em 2010. Foi preciso agir. Os jornalões e Tv’s do Brasil procuram achar um jeito de como barrunfar a névoa certa para despistar a opinião pública, o que há algum tempo não têm conseguido, dada a desidratação do número de leitores e telespectadores que

Michael Moore ataca novamente

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O cineasta Michael Moore (foto) bate novamente no estabeleshiment norte-americano e põe a nu o sistema de saúde dos Estados Unidos, totalmente privatizado e custeado com o dinheiro público Cortar na própria carne talvez seja o propósito do novo documentário do cineasta Michael Moore, Sicko ($O$ Saúde), já em exibição no país. Agulha e linha à mão, um cidadão estadunidense tenta costurar um ferimento na perna, a seco. Ele afirma não ter seguro-saúde para ser atendido por um serviço médico. É a primeira cena, o primeiro momento de uma denúncia que põe a nu o sistema de saúde no império do capitalismo internacional. Alguns críticos têm dito que Moore retorna à mesma estratégia de descortinar as contradições da sociedade norte-americana. Mas se elas existem? Comparando os serviços de saúde do seu país com os oferecidos no Canadá, Inglaterra, França e Cuba, o documentarista revela uma faceta cruel: os Estados Unidos não são dotados de atendimento universal para todos os seus cidadãos. Alg

Condolezza Rice na Bahia, o rescaldo

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O grande evento midiático da semana passada na capital dos baianos foi, sem sombra de dúvida, a visita da secretária de Estado dos Estados Unidos Condolezza Rice. A justificativa da visita a Salvador foi conhecer projetos educacionais de uma concessionária local de distribuição de energia em parceria com entidades do seu país. Durante a estadia de menos de dois dias, a porta-voz dos interesses de Washington usou fitinhas do Bomfim, tocou pandeiro com o ministro Gilberto Gil e assistiu a rodas de capoeiras enquanto distribuía sorrisos e seus seguranças safanões em quem se atrevesse chegar a menos de quinze metros dela. Uma testemunha que se encontrava na empresa visitada – também funcionária da mesma - relatou a agressão de um agente da Casa Branca a um cinegrafista de uma emissora local. Segundo o relato, o gringo brutamontes desfechou uma braçada no profissional que chamou atenção de uma agente da Polícia Federal que se encontrava próxima. De forma altiva, a agente partiu pra cima do

Os latifundiários da web

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A fome desvairada por lucros pode acabar com a liberdade de expressão e conteúdos na Internet. Bill Gates (foto) é um dos "latifundiários" da rede que exerce irresponsável controle sobre softwares e hardwares A violenta luta mercadológica das grandes corporações de mídia que operam na Internet está colocando os usuários da rede como reféns de suas disputas. Diz um provérbio indu que quando dois ou mais elefantes brigam quem sofre é a grama. Usuários que instalam novos sistemas operacionais da Microsoft, a exemplo do Windows Vista e suas diversas plataformas de apoio, estão quase que sendo impedidos de navegar livremente por sites que a empresa de Bill Gates entende como “ameaças” ao sistema. E os bloqueios vêm em forma de avisos sobre plausíveis inseguranças para quem acessar, por exemplo, sites da Google ou da Yahoo. É fácil imaginar que as duas últimas buscarão agir da mesma forma que a gigante concorrente num futuro próximo. A questão é o dinheiro e o garroteamento d

A notícia não dada ou a "verdade" conforme a Globo

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O presidente do Equador, Rafael Correa, é uma voz quase que deletada do noticiário da Globo. Seu país teve o espaço aéreo violado pela Colômbia, fantoche dos Estados Unidos, e mesmo assim é tido como "agressor" pela inteligentsia jornalística da Vênus Platinada Novamente o logral ensaiado da grande mídia tupiniquim serve como caixa de ressonância dos meios de comunicação estadunidenses. O efeito papagaio ganha novos contornos. A invasão do espaço aéreo equatoriano pelo exército colombiano, ocorrido no sábado passado, 01/03, que resultou no assassinato do número dois das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Raúl Reyes, e mais 16 guerrilheiros, provocou uma crise político-militar no continente que é propícia aos interesses de Washington. E os jornalões e as emissoras de rádio e TV fazem a festa com o, até o momento, embaraço diplomático que envolve Colômbia, Equador e Venezuela. As pérolas foram as notícias veiculadas conforme a ótica de Ali Kamel, diretor d

A balcanização da Bolívia está em curso

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O presidente da Bolívia, Evo Morales, avisa: "Quero que o mundo inteiro saiba é que há uma conspiração contra minha pessoa encabeçada pelo embaixador dos Estados Unidos, Philip Goldberg" A estratégia do golpe separatista está em marcha na Bolívia. Depois de atuar em Kosovo, o embaixador norte-americano Philip Goldberg, que agora serve em La Paz – não à toa, claro – conspira contra o governo de Evo Morales dando “consultoria” aos governadores da Media Luna, região oriental e mais rica do país que congrega os departamentos (estados) de Tarija, Chuquisaca, Santa Cruz, Beni e Pando. Segundo o professor Luiz Alberto Moniz Bandeira, cientista político e professor da Universidade de Brasília (UNB), “no curso do mês de agosto do ano passado, com o término dos trabalhos da Constituinte, a crise tem se tornado crônica na Bolívia e pode se agravar e evoluir para um confronto armado, dado que há virtualmente uma dualidade de poderes, com a formação da Junta Autonômica Democrática da B

Cuba além de Fidel

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A imagem mostra a última manifestação em Havana, capital de Cuba, contra os Estados Unidos, um país onde a imprensa corporativa insiste em dizer que não existe participação popular na política A renúncia oficial do comandante-em-chefe do governo cubano, Fidel Castro Ruiz, um dos líderes da revolução de 1959, provocou o previsível alarido na mídia corporativa do país. A maior parte dos discursos proferidos na Rede Globo e demais grandes meios, em seus diversos suportes - televisivos, radiofônicos, impressos e web - se deu como réplica das posições políticas estadunidenses: Cuba é uma ditadura e Fidel o déspota tirano que controlava com mão de ferro a ilha. Na emissora dos Marinhos, o jornalista William Waack, apresentador do telejornal da noite, fez o seguinte comentário na edição da terça-feira, 19/02: “O ditador cubano Fidel Castro, já velho e combalido, assim como as suas idéias, renunciou ao cargo de mandatário da ilha”. O editorial de Waack foi coberto, em parte, com imagens de Fi

Liberdade na internet!

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O encontro de duas geracões de libertários da net: o hacker Georgy Berolyshev e o papa do software livre, John Maddog Hall (de barba) Foto: Fernando Cavalcanti Software livre! É a mais nova palavra de ordem das lutas populares. Enquanto a grande mídia dava destaque apenas aos games e a novidades na edição brasileira do Campus Party, que reuniu 3.300 pessoas, os chamados “campuseros”, militantes pela livre circulação do conhecimento tecnológico disparavam seus gritos de guerra contra o controle das megacorporações. O Campus Party é o maior evento de entretenimento eletrônico em rede do mundo, um encontro anual realizado desde 1997 e que esse ano ocorreu no Brasil, em São Paulo , de 11 a 17 de fevereiro, nas instalações do pavilhão Cecilio Matarazzo, na Bienal do Parque Ibirapuera. O evento foi encerrado com uma passeata que contou com a participação de 300 pessoas, uma flash mob liderada por um robô. Na manifestação, nerds, geeks, hackers, cientistas, gamers perfilaram-se junto ao

Sob o Mesmo Céu

Belíssima canção!

O cerco vai apertar

O Ministério Público do Trabalho na Bahia (MTB-BA) vai investigar a avalanche de demissões ocorridas no ano passado no setor privado de ensino superior no estado, algo em torno de 450. Segundo o procurador Manoel Jorge Silva e Neto, o histórico das demissões apontará se existiu algum tipo de discriminação com professores de maior titulação. Sabe-se que o órgão tomará a mesma medida em outros estados da Federação. A Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior – sindicato (Andes) deverá auxiliar o MPT no trabalho de averiguação. Outros fatores também serão considerados, como assédio moral e violência contra a liberdade de expressão, já que muitos docentes foram demitidos por manifestarem posicionamentos, mesmo que de caráter pedagógico, contrários às diretrizes de algumas instituições, que exigem o que chamam de “alinhamento”, uma forma dissimulada de censura prévia. A liberdade de expressão é um direito assegurado pela Constituição do país. Na investigação, serão ouvidos tanto p

Da esquerda à ultradireita

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E já que estamos falando de discurso político na teledramartugia brasileira, vai aí um pouco da trajetória profissional de um dos maiores reacionários do país, Agnaldo Silva. O escriba que demoniza a esquerda e estereotipa militantes estudantis na novela Duas Caras, um dia já militou na imprensa alternativa. Agnaldo Silva foi jornalista-fundador do jornal Lampião da Esquina -veículo porta-voz do movimento homossexual - assim como atuou também no alternativo Movimento. O dramaturgo já esteve preso durante o regime militar e respondeu a vários processos, inclusive sendo enquadrado na Lei de Imprensa. Pois é, agora está acantonado no front mais conservador e reacionário da direitona nacional. Conheço histórias semelhantes no meio acadêmico....

Ira! - Núcleo Base [Ao Vivo 1987]

Era o ano de 1987. O rock Brasil fervia...Com a redemocratização, uma vontade enorme de dizer o que queria. O Ira fazia um discurso com Núcleo Base contra o serviço militar obrigatório. Foi um show e tanto!

Beleza Pura?

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O autor da nova novela das sete, Silvio de Abreu, talvez nem saiba o sentido exato da mensagem da música-tema do novo folhetim. Beleza Pura não é a Zona Sul do Rio de Janeiro com seus personagens previsíveis, mas um momento de afirmação étnica-política de vastas parcelas da população de Salvador A música-tema da próxima novela do horário das sete da Globo, Beleza Pura, é a composição homônima Beleza Pura, de autoria de Caetano Veloso. É muito estranho que esta canção sirva de trilha para imagens que apresentem cartões postais do Rio de Janeiro entremeadas com rápidas cenas do novo folhetim, nas quais figuram tipos físicos e ambientes sociais bem diversos das imagens retratadas pela música. Segundo o próprio autor, “Beleza Pura é uma saudação ao início da ‘tomada’ da cidade do Salvador pelos pretos nos anos 70”. A argumentação de Caetano pode ser encontrada às páginas 27 e 30 do livro Sobre as Letras (Companhia das Letras). O compositor baiano é taxativo ao afirmar que sua música in

Lupa na formação de jornalistas na Bahia

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A comissão pró-Fórum de Observação da Formação de Jornalistas já dispõe para análise grades curriculares de quatro cursos de Jornalismo ministrados na Bahia. A maior parte mantém o número de horas/aulas em torno de 2.800 horas. Mas uma instituição privada e que cobra mensalidades maiores do que as demais, tem a menor carga horária e a grade curricular mais deficitária. Outras, no entanto, se notabilizam pelo excelência da grade curricular e com projetos de extensão arrojados. A expectativa é de que até o meio do ano os resultados sejam divulgados num boletim a ser publicado nos meios acadêmicos e colégios secundários. Aguardem.

A crise dos cartões corporativos ou o desmonte do Estado?

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Enquanto o Estado brasileiro focar sua atuação, ainda que com todas as contradições e limitações, em políticas sociais que dependam do fortalecimento das suas estruturas administrativas, a direita tupiniquim não recuará um milímetro do seu objetivo de desestabilizá-lo. Mais uma crise emerge e a bola da vez são os cartões corporativos. No entanto, a atual campanha perpetrada pelo centro oposicionista (PSDB-DEM) em parceria com a grande mídia acerca dos gastos com os cartões já se embaraça nas próprias pernas. Com habilidade, a base aliada do governo se antecipou e pediu a instauração de uma CPI no Senado. A oposição só aceitaria se a comissão fosse mista (integrando parlamentares do Senado e Câmara). A base do governo aceitou condicionando que a investigação remontasse ao ano de 1998, passando a averiguar, portanto, as despesas das contas B do governo de Fernando Henrique Cardoso, que deram origem ao cartão corporativo, implantado em 2001 ainda na sua gestão. A decisão melindrou as host