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Mostrando postagens de março, 2007

Expondo as vísceras da Bahia fascista de ACM

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Vendida sempre como a “terra da felicidade”, a Bahia, outrora “propriedade política” de uma única família, tenta se livrar dos fantasmas do passado e se constituir num Estado onde prevaleça o exercício da cidadania. Há cerca de quinze dias os baianos (desavisados) foram surpreendidos com a notícia veiculada no jornal A Tarde que dá conta da existência de uma “sala secreta” na Secretaria de Segurança Pública do Estado. Na sala, amontoam-se mais de 500 processos envolvendo ex-prefeitos, policiais e empresários. Estes estariam sob a proteção do esquema Carlista de poder que durante 16 anos dominou o Estado com mão de ferro. Segundo informou o atual secretário de Segurança Pública, Paulo Bezerra, esses processos começaram a ser “guardados” na referida sala a partir do governo do atual senador Antônio Carlos Magalhães, em 1991. De lá para cá, foram partícipes do esquema os ex-governadores César Borges e Paulo Souto. Durante suas gestões estiveram à frente da Segurança Pública os secretários

Lobo em pele de cordeiro

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Não estou me importando com a visita de Joseph Alois Ratzinger, o Papa Bento XVI, que estará no Brasil entre 9 e 14 do mês de maio próximo. Na verdade, até repudio e exponho aqui minhas razões. Sei que a mídia espetacularizará de tal monta sua estada no país que não lhe faltarão inúmeros panegíricos. Já imagino Pedro Bial declamando poesias para o Papa, que acariciará criancinhas, doentes e velhos e fará discursos entusiasmados contra as “imoralidades” do mundo moderno. Recomendará aos católicos que não usem camisinha e reforçará sua cruzada contra os casais que se encontram em segundas núpcias (os quais recentemente classificou como “pragas”), além de destilar seu ódio contra os gays. E quem é esse tal de Ratzinger, o homem que usa óculos Louis Viton e sapatos Prada? Extremamente conservador, Bento XVI, antes de assumir o Papado, esteve 24 anos à frente da Congregação Para a Doutrina da Fé, órgão ligado ao Vaticano que se apresenta como uma nova versão do outrora temido Tribunal da

Um recado de Renato Russo de 1986, mas muito atual

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FáBrica Nosso dia vai chegar Teremos nossa vez Não é pedir demais: Quero justiça Quero trabalhar em paz Não é muito o que lhe peço Eu quero um trabalho honesto Em vez de escravidão Deve haver algum lugar Onde o mais forte não Consegue escravizar Que não tem chance De onde vem a indiferença Temperada a ferro e fogo? Quem guarda os portões da fabrica? O céu já foi azul, mas agora é cinza O que era verde aqui já não existe mais Quem me dera acreditar Que não acontece nada De tanto brincar com fogo Que venha o fogo então Esse ar deixou minha vista cansada Nada demais

Herança maldita

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) revela que a Bahia apresenta o maior índice de analfabetos do País. Apesar das 536 mil vagas disponíveis na rede pública estadual de ensino, cerca de 2,7 milhões de pessoas acima de 10 anos de idade não têm acesso à educação. Um legado dos 16 anos de poder do grupo carlista à frente do Estado. Agora a poeira da corrupção, do autoritarismo e da incompetência começa a ser retirada debaixo do tapete.

Semana de luta na América do Sul

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A imagem diz tudo. Manifestantes enfrentam policiais em Bogotá, Colômbia, em protesto contra a visita do presidente norte-americano George W. Bush. Derrotado nas últimas eleições nos EUA, onde o Partido Democrata fez maioria no Congresso, Bush Jr. vê-se agora envolto na tentativa de conter o crescimento da esquerda na América do Sul buscando isolar o presidente da Venezuela Hugo Chavez. O Senhor da Guerra afina as garras da águia para retomar a hegemonia no continente.

Um recado de Chico Buarque em 1979, mas muito atual

Hino de Duran Se tu falas muitas palavras sutis Se gostas de senhas sussurros ardís A lei tem ouvidos pra te delatar Nas pedras do teu próprio lar Se trazes no bolso a contravenção Muambas, baganas e nem um tostão A lei te vigia, bandido infeliz Com seus olhos de raios X Se vives nas sobras freqüentas porões Se tramas assaltos ou revoluções A lei te procura amanhã de manhã Com seu faro de dobermam E se definitivamente a sociedade só te tem desprezo e horror E mesmo nas galeras és nocivo,és um estorvo, és um tumor A lei fecha o livro, te pregam na cruz, depois chamam os urubus Se pensas que burlas as normas penais Insuflas agitas e gritas demais A lei logo vai te abraçar infrator com seus braços de estivador Se pensas que pensas estás redondamente enganado E como já disse o Dr Eiras,vem chegando aí, junto com o delegado pra te levar...

Radiojornalismo de prima

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Mais acréscimo de vida inteligente na rádio soteropolitana. O programa Estação Caribe, comandado pelo jornalista Pedro Caldeira, é uma excelente oportunidade para o público que admira a música latinoamericana conhecer sua história mediante densa pesquisa. Com seleção impecável, Caldeira brinda o ouvinte com músicas maravilhosas que abarcam diversos ritmos da América Central, Caribe e América do Sul, além de informações precisas e comentários inteligentes. O programa é veiculado sempre aos sábados, às 21h, na Rádio Educadora da Bahia. Vale à pena conferir.

Fábrica de ilusões

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O abismo entre a realidade e a “telerealidade” construída pelos mass midia atinge seu ápice discursivo nas telenovelas veiculadas pelas emissoras de TV do país. O último drama das 8h exibido pela Rede Globo, Páginas da Vida, deixa evidente essa leitura, como de resto nos demais dramas que ocuparam o mesmo horário na Vênus Platinada. Contradições e conflitos sociais são sepultados e não figuram nesses enredos. Muito comum que a filha de um magnata se case com o jardineiro da mansão, na qual empregados e patrões convivem em ambiente familiar. A sociedade então é vista atomizada nos personagens, como se cada um deles, antes de representar um tipo social, configuram-se, individualmente, como tipos ideais, tomando emprestada a terminologia weberiana, O bom mocismo e o mal mocismo são rigidamente separados, com direito a eventuais conversões, quando assim o roteiro exige para redimir em cada um dos 63 milhões de telespectadores que o bem sempre triunfa e o mal sempre perde. Em meio a paixões

O Senhor da Guerra está chegando

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O Senhor da Guerra chega na próxima quinta-feira com um esquema de segurança envolvendo mais de 300 agentes norte-americanos e policiais militares, civis e federais do Brasil. Bush Jr. vem trazendo até água mineral dos EUA e tudo que ele e sua comitiva consumirão. Na agenda do encontro com o presidente Lula, o manda-chuva do mundo pleiteará a tecnologia do biodiesel mas não aceitará negociar o fim dos subsídios aos produtos norte-americanos assim como a taxação dos produtos brasileiros de exportação. Para ele, o que importa é apenas o “destino manifesto” dos EUA, o qual, pensam os norte-americanos, referenda a hegemonia mundial estadunidense de domínio absoluto. Protestos estão marcados em São Paulo, onde ele desembarca, e Brasília.

Chega de sangue e cinismo

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O debate acerca de uma séria questão começa a ganhar claridade e racionalidade no país. No decorrer da semana o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), levantou a proposta da descriminalização das drogas como forma de desarticular o narcotráfico. Em diversos países do mundo essa medida já é realidade e aqui no Brasil o problema ainda vive sob o manto da hipocrisia e do falso moralismo. Enquanto isso, a indústria da morte perpetrada pelo crime organizado continua a atuar mutilando vidas e ameaçando milhares de comunidades pobres país afora. É nas favelas e periferias das grandes cidades que o narcotráfico infiltra-se, desenvolve sua indústria, impõe seu poder e organiza seus centros de distribuição para abastecer o consumo das classes médias e altas. É nessas comunidades também que a polícia invade, assassina inocentes e, junto com os bandidos, impõe o medo às populações. Nesse enredo, tudo pode ocorrer. O marginal visto como mocinho pela população e policiais, delegados e j

Mais do mesmo

É incrível a capacidade que os escritores de novelas da Globo têm em literalmente redundar sobre o mesmo tema. Mal acaba um melodrama que ambientava a Gávea e o Leblon, Laços de família, para entrar outro ambientado em Copacabana e adjacências, Paraíso tropical. Cansou. O Brasil reduzido ao Rio de Janeiro, ou melhor, à Zona Sul da cidade, é o único cenário que a Vênus Platinada oferece. No mais, mais do mesmo. Fotos aéreas do Cristo Redentor, da Baía de Guanabara e outros cartões postais. É como se um país-continente como o Brasil se limitasse apenas a uma cidade. E, podem esperar, a despeito do novo roteiro vem mais lutas entre o bem e o mal. Mocinhos e bandidos vão se degladiar novamente na telinha para o deleite de milhares de Homer Simpsons que perfazem a audiência das telenovelas no país.

Tem gente que não se emenda

O bate-boca ocorrido anteontem na Comissão de Constituição e Justiça do Senado entre o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL) e um estudante universitário deu o tom da semana no Congresso Nacional. Presidindo os trabalhos naquela comissão para acelerar um pacote de medidas de combate à criminalidade, ACM, muito ao seu estilo, não aceitou a intervenção do estudante quando se debatia a redução da maioridade penal. Chamou-o de palhaço. O jovem retrucou: “fascista!”. Bem aplicado! Aliás, ACM nunca vestiu tão bem uma carapuça que lhe cabe como uma luva, exemplar modelito para o coronel decadente.