A nota do PSDB de apoio ao golpe no Paraguai. Questão de instinto.
O PSDB divulgou nota de apoio ao golpe de estado no Paraguai. Não causa surpresa a postura do partido de Sérgio Guerra, que classificou o episódio como “substituição da Presidência”. Patético, o texto afirma “que a despeito da velocidade do processo, não houve rompimento das leis no país”. Tudo dito como se um rito que durou apenas duas horas, sem a mínima chance de defesa ao presidente Lugo, não representasse um ato de força. À postura dos tucanos recorro a um pensamento de Slavoj Zizek: “(...) A era contemporânea volta e meia se proclama pós-ideológica, mas essa negação da ideologia só representa a prova suprema de que, mais do que nunca, estamos imbuídos na ideologia (...)”. Perfeito. Despolitiza-se o fato. Seria uma simples “substituição” no poder. Um trâmite parlamentar, apenas. No mesmo diapasão, condena a postura do governo brasileiro ancorando-se no discurso de “autodeterminação dos povos”. Tergiversa o necessário para que a alegoria da retórica lhe caia como máscara ideal ...