Libelo juvenil em cena. Eduktors retorna a Salvador em novembro



Em tempos de Black Blok, Marcha das Vadias, Fora do Eixo, Mídia Ninja e outras hashtags da rede, a versão inédita para o teatro do longa “Edukators”, de Hans Weingartner, contextualiza com o momento que o Brasil e o mundo vivenciam. Dirigido por João Fonseca com dramaturgia de Rafael Gomes, o espetáculo tem no elenco Edmilson Barros, Fabrício Belsoff, Natália Lage e Pablo Sanábio.
Em Salvador, a peça foi exibida nos dias 10 e 11 de agosto no Teatro Sesc, Casa do Comércio. Segundo a produtora Marlucia Sie, o espetáculo retorna à capital baiana em novembro para circuitos em colégios e faculdades. 
Numa Alemanha sob a égide do neoliberalismo, três jovens de Berlim buscam transformar o mundo invadindo mansões como atos-símbolos de protesto contra o sistema capitalista. Uma dessas invasões ocorre na residência de um arquimilionário, que passa a ser refém dos “educadores”.
É o momento que a história ganha destino surpreendente, expondo fraquezas, contradições e revelações dos quatro personagens. O roteiro não chega a ser o mesmo do filme. É uma adaptação, mas mantêm o argumento central do longa, indicado à Palma de Ouro em Cannes em 2004.
Eduktors é catarse de libelos juvenis liquidificados. Espécie de síntese das experiências libertárias egressas dos 60. Contestações e até mesmo conformações com a realidade sufocante.
Ambientada em arranjos de cenários simples, a peça tem elenco à altura para interpretar o texto de Weingartner. Os jovens atores Fabrício Belsoff e Pablo Sanábio respondem satisfatoriamente às contracenas com os experientes Natália Lage e Edmilson Barros. O grupo dá conta do recado. 
Rodrigo Penna, criador da seleção musical e trilha original, veste a caráter as cenas num espectro que vai de Sinatra, passando por Bob Dylan à música eletrônica do Chemical Brothers.
Quanto ao retorno da peça, Marlucia adianta que trabalhará com duas empresas da capital baiana para viabilizar as apresentações. A ideia é excelente e já passa do momento de ofertar um cardápio cultural mais inteligente aos teens da Soterópolis. Que venha Eduktors, mais uma vez.

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