Fim da violência contra Sean e David Goldman
Muitos devem estar perguntando porque este blogueiro ainda não manifestou uma única linha sobre o desfecho do caso do menino Sean Goldman, que retornou com o pai para casa, no Estados Unidos, no último dia 24. É razoável o questionamento. Sempre assumi publicamente minha outra banda militante, a que luta pelo direito dos pais separados ao convívio com os filhos. Participo da ONG Pais Para Sempre e integrei o grupo que discutiu a proposição da Lei da Guarda Compartilhada, que no ano passado foi sancionada pelo presidente Lula. Sempre fui ativista da causa e recentemente resolvi enveredar pelas trilhas do mundo jurídico para entender tais questões com mais profundidade. E aqui confesso: não há arrazoado jurídico suficiente para entender um drama familiar, onde todos sofrem. Isso é fato. E como tudo começou? No dia 16 de Junho de 2004 o norte-americano David Goldman se despediu do seu filho Sean no aeroporto da Nova Iorque. O menino e a mãe, a brasileira Bruna Bianchi, sairiam de férias para duas semanas no Brasil. Mas o que David não sabia era que nesse momento sua mulher estava sequestrando seu filho, pois ela não tinha mais intenção de voltar para os Estados Unidos. Após o sequestro do garoto, Bruna conheceu e se casou com o advogado Paulo Lins e Silva, um rico herdeiro de uma importante banca de advocacia do Rio de Janeiro. Bruna teve uma filha com Paulo Lins, em cujo parto faleceu. No decorrer deste processo, David Goldman encetou acirrada luta contra o sistema jurídico brasileiro para ganhar a guarda do Sean e trazer seu filho de volta para casa em Tinton Falls, New Jersey, EUA. Com a morte de Bruna, pensava David que finalmente teria acesso ao seu filho. Não teve. A aproximação entre ele e Sean foi bloqueada pelo padrasto, Paulo Lins, que passou a argüir a guarda do garoto. Não me apequeno aqui a limitar o episódio às bravatas pseudonacionalistas, como se fosse uma disputa entre interesses brasileiros e estadunidenses, como quis fazer crer a família brasileira de Sean. Não é este o caso e não se pode ideologizar o problema. A violência foi cometida contra a criança, uma vez que esta foi arrancada do convívio do pai de forma criminosa. E mais crimes aqui foram cometidos. Após a morte de Bruna, o padrasto de Sean, aproveitando-se da influência que a banca de advocacia da família exercia nos meios jurídicos do Rio de Janeiro, chegou ao acinte de forjar uma nova certidão para o garoto, limando o nome do pai natural e colocando o dele. Imagina-se como esta família trabalhou psicologicamente para anular a imagem paterna, uma outra repugnante forma de violência. Ademais, o playboy-advogado Paulo Lins e Silva, junto com os avós maternos de Sean, deram o caldo final do episódio expondo à mídia a entrega do menino à embaixada norte-americana, onde se encontrava à sua espera o pai, David Goldman. Antes, numa espécie de último apelo, a avó materna de Sean, Silvana Bianchi, chegou a afirmar que “na ausência da mãe é a avó que tem a primazia sobre a criança”. E o pai, é o que para ela? A afirmação de Silvana atesta uma visão maternocrata, hipócrita e conservadora e que não coaduna com as novas conformações familiares, nas quais o papel da figura paterna tem ganho extrema importância. E no que tange a decisão do STJ, não houve nenhuma benemerência a David Goldman. Foi feita Justiça, já que foi restituído o direito, legítimo, de convívio entre pai e filho, que no passado foi violentamente desrespeitado pela atitude insana de uma mãe e posteriormente de uma família não menos insana.
Comentários
Infelizmente temos um governo corrupto, onde quem pode mais é quem tem dinheiro, estes não precisam cumprir as leis, não vão para a cadeia, gozam de todos os privilégios.
Só que estas famílias poderosas brasileira não sabiam que mais tarde elas iam bater de frente com os USA e, não somente com o cidadão norte americano, bem feito para eles, será que aprenderam a lição, que leis existem para serem cumpridas?
http://www.youtube.com/watch?v=b4nxOYFZZ7g