Caiu de pato



Mordeu a isca. FHC quer o plebiscito, então terá. Não obedecendo aos apelos da entourage serrista, FHC, a múmia, resolveu mais uma vez espanar a poeira no seu sarcófago e publicou artigo em um dos jornais de campanha do PSDB, o Estadão. Memória curta, o príncipe da sociologia tentou adornar os pífios dados dos seus oito anos de gestão com o argumento de que neles teria se dado o início dos programas sociais, além de taxar de “mentiroso” o presidente Lula. A bem da verdade, o próprio FHC se trai quando cita supostos casos de “eficiência” do seu governo. E vejam, teve o displante de afirmar que modernizou a Petrobrás e capitalizou bancos estatais, como a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e o BNDES. Rapidamente os fatos se encarregam de dizer quem foge à verdade, se não o próprio FHC. Tomemos como exemplo a capitalização do Banco do Brasil, alegada por ele como um dos “cases” de sucesso da sua gestão. O BB recebeu a injeção de apenas R$ 8 bilhões, e mesmo assim para que a instituição fosse vendida, privatizada. Tudo já estava acertadinho com os possíveis compradores do patrimônio público, para a alegria de Miriam Leitão, Eliane Catanhede, Lúcia Hipólito e demais “consultores” da mídia golpista e lobista dos grandes conglomerados financeiros. Mas ele não disse que nesse mesmo período foram transferidos aos bancos privados, que ele e seus correligionários do DEM(mônio) entendem como “bem geridos”, o montante de R$ 42 bilhões, com menos de R$ 12 bilhões recuperáveis, indo o restante para o ralo. Quanto a Petrobrás, o mesmo script. A estatal estava sendo preparada para ser leiloada, conforme reza o programa partidário do DEM(mônio). Uma estratégia que incluía o sucateamento da empresa, vilipendiada por problemas de gestão e falta de investimentos. Não deu outra, a Petrobrás registrou uma série de acidentes ambientais no governo de FHC, entre os quais um grande vazamento de óleo na Baía de Guanabara, no Rio, e outro no Rio Iguaçu, no Paraná. A quase deblaquê da empresa se deu quando uma de suas maiores plataformas, a P-36, afundou na Bacia de Campos, causando a morte de 11 trabalhadores. Foi o momento em que os jornalistas e órgãos de imprensa que à época compunham a férrea linha de apoio incondicional ao príncipe repercutiram o episódio entrevistando “especialistas” que apostavam na “necessária” privatização da empresa. Sobravam sorrisos na politicalha demotucana. Bom lembrar: trata-se da mesma linha de frente que hoje se constitui no Partido da Imprensa Golpista (PIG) e fustiga a estatal para desmoralizá-la. FHC tentou enganar também quando se referiu à paternidade dos programas sociais. Papo pra boi dormir. O atual governo realmente pôs em prática o que se constituía, apenas, em alguns ensaios demasiadamente raquíticos e acanhados de blindagem social. Foi no governo Lula que 35 milhões de pessoas saíram da linha de pobreza e passaram a integrar o mercado consumidor. E a área da educação, por que não foi citada no texto do eminente professor? É porque este é um ponto sensível para FHC tocar. O ex-presidente não se arriscaria a nenhum comparativo. Ele teme. E treme só de pensar. FHC não abriu nenhuma nova universidade, escola técnica ou projetos de extensão universitária no Brasil durante seus oito anos de gestão, enquanto Lula implantou 10 novas universidades (até o momento), 214 novas escolas técnicas e 45 novas extensões universitárias. Outra oportuna omissão do marquês em seu artigo foi sobre o desempenho econômico na sua gestão. A economia brasileira praticamente estacionou em pífios 2%, não gerando os empregos que o país necessitava. Pudera, economia nenhuma conseguiria deslanchar com o elevado déficit em conta-corrente de 23 bilhões de dólares no acumulado de um ano. Com a poupança interna minguada para investir no desenvolvimento, o Brasil pôs a cuia na mão e se tornou extremamente dependente de recursos externos. E ele achava natural pôr a nação de joelhos ao subjugo da gringalhada do FMI. Por estas e por outras tantas que o passado do príncipe à frente do país é motivo de vergonha até entre os seus correligionários. Faz o seguinte FHC, escolhe aquele vistoso pijama de bolinhas pretas – que deve cair bem nesse período momesco –, põe um chinelo de dedo confortável e vai pra cama, pois caso contrário você deixará ainda mais irritado o governador José Serra e seu conselheiro de campanha, o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE). À esta altura os dois devem estar contabilizando o estrago que seu artigo está fazendo na campanha de Serra, como ocorreu na vez passada. Ou então continua falando suas sandices. Melhor pra Dilma.

Comentários

Estou adorando os discursos de FHC, Zé Alagão e outros companhaeiros do PIG.

Dilma passa pelo mesmo processos que empurrou a aprovação do governo Lula para o maior índice de todos os tempos. E note como a expressões "todos os tempos" e "nunca visto(a) na história deste país" tem tirado o sono da oposição.

A mídia está cada dia mais agressiva, e isso deixa claro a quem esse grupo serve. Daí a perda de credibilidade amargada pela "grande imprensa brasileira, comprovada pela queda de audiência da Globo e vendas de jornalões como a Folha.

Abraços!

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