Meus sinceros agradecimentos à turma de Jornalismo da Unijorge que cola grau em março de 2010
Há quase dois anos enfrentei um dos momentos mais traumáticos da minha vida profissional. Fizera uma escolha. Entre não abrir mão de princípios ou coadunar com valores que não acredito, optei pelo caminho das minhas convicções. Não aceitara declinar ante um rolo compressor cujo alvo eram pessoas com as quais tinha o compromisso ético de transmitir conhecimentos, meus alunos e alunas. E assim o fiz. Paguei o preço do desligamento de uma casa na qual cultivei amigos e amigas e colaborei com o desenvolvimento acadêmico. Deixara para trás cinco longos anos de dedicação e colaboração. Mas não foi em vão. Nos dias subsequentes à minha saída, senti o calor da solidariedade. Aqueles com quem militei academicamente se revelaram mais que alunos, mas portadores de iniciativas que valiam muito, muito mais do que pilhas de artigos escritos e textos consumidos. Meus alunos e alunas estavam exercendo o papel de cidadãos. Questionarem e protestarem não só quanto ao meu desligamento, mas, sobretudo, quanto às demais demissões que alvejaram outros tantos colegas e também seus professores, pessoas dignas e vitimadas por um autoritarismo mercantil transvestido de educação. E que deixe claro, bem claro: aqui não estou me jubilando ante o fato, porque não orquestrei ninguém a nada. O que ocorreu foi um processo de pedagogia política de pura iniciativa cidadã, tão rara às pasteurizadas comunidades universitárias dos dias de hoje. Vocês foram exemplo de atitude. O tempo passou e a vida seguiu seu curso, mas fiquei devendo a dádiva do ato. Não por mim, mas pelo conjunto da obra. Ou seja, aqueles alunos e alunas tinham me demonstrado mais do que uma prova de apoio, mas sobretudo uma lição de vida. Meus queridos ex-alunos e ex-alunas do curso de Jornalismo da Unijorge que colarão grau no mês de março de 2010: fico honrado por ter sido escolhido patrono da turma de vocês. Quero agradecer a todos por tão bela homenagem que nem mesmo sei se da mesma sou merecedor. E digo isso porque as tensões inerentes ao labor acadêmico nem sempre são compreendidas como traços do ensino/aprendizado. E nem devem ser mesmo. Tem razão Michel Foucault quando afirma que a Escola é uma herança histórica - e maldita - de duas instituições: o hospício e a penitenciária. Por vezes, tenho consciência, assumi o papel de “ordenador” das coisas, cobrando-lhes posturas, compromissos, atenções direcionadas, palavras e situações que mais do que conteúdos se assemelhavam a ditames vazios. Mas, tomando emprestado o pensamento de um grande cidadão do mundo, "hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás". É por isso que mais do que as salas de aula, as saudades, as muitas saudades que sinto de vocês, repousam nas lembranças dos corredores, do riso fácil, das brincadeiras, dos momentos de descontração, momentos nos quais nos desnudamos dos papéis de professor e aluno e somos nós mesmos, seres humanos que dividem, também, alegrias, tristezas, fraquezas, anseios. E, retomando os episódios de dezembro-março de 2007-2008, foi neles que selamos nossas cumplicidades, não apenas de professor-aluno(a), mas de amigos. Colegas, será um prazer reencontrá-los, desta vez num momento de alegria. Março se aproxima. Vamos festejar. Mais uma vez, de coração, meu muito obrigado pelo reconhecimento. Um beijo no coração de todos vocês e até lá.
Zeca
Zeca
Comentários
Adriana Barbosa....
Abs
Mel Oliveira
Formada em Publicidade em 2007
Abraço!
Matheus - Publicidade | Formado em 2007
No mais, pode deixar a modéstia de lado, porque nenhum outro professor é tão merecedor dessa homenagem, do que você.
Parabens Zeca!
beijos
Hoje, mãe, mulher e jornalista - posso afirmar que arraigados a meus pormenores e princípios vitais trouxe muito de Zeca para minha formação profissional e pessoal.
bEIJOS SARCASTICOS MESTRE!!!
Vanessa Barroso
Formada em jornalismo (FJA)EM 2009
Valeu por tudo! Há pessoas que passam na nossa vida e outras que ficam e deixam uma marca positiva e que serve para aproveitamento vitalício. O professor Zeca Peixoto é uma dessas pessoas.
Grande abraço!
Cleber Silva
Abraços!
Cleber Silva
E grande Murilo, colega bravo que também enfrentou poucas e boas para combater a ditadura lá da Jorge.
Orgulho-me de vocês.