A ministra Dilma Rousseff desfechou um belo contra-ataque ao senador Agripino Maia (DEM-RN) quando este tentou ofendê-la com argumentos que só um beócio poderia utilizar
Tudo fora programado pela oposição - parlamentar e midiática - para ser mais um palco no qual o Governo, na pessoa da ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff, seria devidamente defenestrado. Dilma havia sido convidada para falar na semana passada na Comissão de Infra-estrutura do Senado sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Mas o verdadeiro interesse das oposições – parlamentar e midiática – era constranger a ministra com perguntas sobre o dossiê dos cartões corporativos que teria sido vazado da Casa Civil e revelado gastos do ex-presidente FHC. Assanhados, os parlamentares oposicionistas apostavam no fracasso do depoimento de Dilma como se fosse um time comemorando a vitória antecipadamente. Talvez imaginassem belas manchetes nas quais diversos “arautos da modalidade” se sobressairiam como salvadores da pátria. E um deles, o senador Agripino Maia (DEM-RN), resolveu ir com tanta sede ao pote que, pensando em provocar um factóide bem ao estilo do seu partido golpista, acabou caindo no ridículo. No início dos trabalhos, Maia – que apoiou de corpo e alma a Ditadura Militar – lembrou que nos anos 70 a ministra, então militante que combatia o regime, mentiu ao ser torturada pelos órgãos de repressão. Dilma havia dito numa entrevista, concedida há mais e um ano, que, quando torturada, realmente mentiu para não colocar em risco a vida de companheiros. O senador quis insinuar que ela estaria fazendo o mesmo agora, em relação ao suposto dossiê com informações sobre os gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Tal comparação só poderia ter sido feita por um beócio. E o tiro saiu pela culatra. Ao rememorar a entrevista na comissão, Agripino Maia foi rebatido com tanta veemência por Dilma Rousseff que terminou por desarmar os argumentos dele e dos demais colegas oposicionistas: “O que acontece ao longo dos anos 70 é a impossibilidade de se dizer a verdade em qualquer circunstância. No pau de arara, com o choque elétrico e a morte, não há diálogo", disse a ministra. E prosseguiu: "Eu fui barbaramente torturada, senador. Qualquer pessoa que ousar falar a verdade para os torturadores, entrega os seus iguais. Eu me orgulho muito de ter mentido na tortura, senador", enfatizou. Na época da prisão Dilma tinha 19 anos e passou três anos presa. Não houve como esconder o fato por parte dos grandes jornalões e TV’s do país, ainda que uns tenham dado mais destaque do que outros. O vexame que Maia foi submetido sob o tacape de Dilma Rousseff se tornou público. Todavia, uns dos braços mais articulados da oposição, a TV Globo, retomou a carga da pauta no dia seguinte para tentar ofuscar o vexame do aliado Agripino Maia. O Jornal Nacional de ontem, 08/05, veiculou matéria informando que o suposto dossiê havia saído da Casa Civil por intermédio de email transmitido por um funcionário do órgão a um assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Mas a fonte não foi a Polícia Federal, convocada pelo próprio Palácio do Planalto para investigar o episódio, e sim uma empresa de tecnologia que teria feito o rastreamento dos computadores da Casa Civil. Nenhum laudo oficial foi apresentado. E o pior, a matéria só confirmou o que a própria ministra havia antecipado no depoimento dado no dia anterior, que a Casa Civil abrira sindicância interna e apontaria quem teria vazado informações do banco de dados do órgão. É o desespero de diversos setores do país que não aceitam e fingem não entender a avaliação positiva da gestão do Governo Federal por amplos segmentos da população. Diante de tal quadro, e com a ineficiência das pífias oposições parlamentares, resta o front armado das empresas jornalísticas na esperança de que algum factóide novo possa desestabilizar o governo. É o sentimento golpista de sempre do fantasma de Carlos Lacerda encarnado nos Marinhos, Civitas, Frias e Mesquitas.
Comentários
foi impagável também uma outra frase de Dilma: "nós estávamos em campos opostos". Ou seja, ela resistindo à ditadura e ele apoiando-a.
Com uma oposição dessas, Lula tem que levantar as mãos para os céus!!!
Eu acho que a Dilma tem que ser a próxima candidata à presidencia do nosso país. Temos que dá um voto de confiança a uma mulher. E essa mulher se mostrou forte para comandar um país como o Brasil.
Já estou cansando te tantos políticos de "moral" inabalada.