Índio, os ataques e a direita que baba: plebiscito de Lula ganha ares continentais



Por Rodrigo Viana

O TSE condenou um site tucano a ceder espaço a Dilma, como direito de resposta, por causa dos ataques de Índio da Costa, o vice de Serra. É uma pequena derrota jurídica para os tucanos. Mas a oposição está pouco se lixando para o site e o direito de resposta. Os ataques ganharam a mídia, criaram um clima de conflagração, tirando o consórcio demo-tucano da defensiva.
Dois dias atrás, escrevi aqui que a tática terrorista do consórcio PSDB-DEM não era movida por “desespero”. Não se trata de nada improvisado, nem de verborragia mal calculada por parte de um vice com cara de almofadinha e nome de ìndio. Não. É algo deliberado. É o desdobramento lógico da primeira fase de campanha – em que se espalharam pela internet e-mails com acusações de “terrorista” contra Dilma e se estamparam fichas falsas em primeira páginas de jornais decadentes.
Ninguém podia acreditar na história de que Índio fora aconselhado a “submergir” depois dos primeiros ataques. Tudo teatro. Tanto que ele voltou à tona (ou à lama, seria melhor dizer), agora tentando associar Dilma ao Comando Vermelho (faltou citar Al-Qaeda, ETA e Hamas; mas ele ainda chega lá).
Serra ganha eleição com esse discurso? Provavelmente, não. Mas dá o toque de reunir para a tropa. Consolida o eleitorado de direita, anti-petista. E joga tudo na possibilidade de, na reta final, gerar um escândalo (com apoio da mídia amiga, Globo sobretudo) que lhe dê sobrevida e garanta um segundo turno.
A batalha não se joga só aqui no Brasil. Alguém acha que é coincidência o vice de Serra falar nas FARC, logo depois do presidente da SIP atacar Lula? E pouco antes de Uribe usar as FARC para atacar Hugo Chavez?
Não. A direita decidiu retomar a ofensiva na América Latina. De forma coordenada. A direita sabe que, longe do aparato do Estado, corre risco de derreter ainda mais. E sabe que a partida principal será jogada aqui no Brasil. Serra – que não é um homem originário da direita – aceitou jogar esse jogo perigosíssimo. É o jogo do Instituto Millenium, da OPUS DEI, da SIP.
Não se trata de “teoria conspiratória”. É o jogo. O tal “plebiscito” do Lula virou um plebiscito continental. O rompimento de relações entre Venezuela e Colômbia faz parte desse plebiscito.
Por isso, erra quem subestima a capacidade dessa turma de gerar fatos, e provocar escândalos. Eles estão babando.
Aquele papo de ”pós-Lula”, inaugurando tempos de moderação, foi para o vinagre. A mídia e a oposição, em caso de vitória de Dilma, ficarão ainda mais ferozes a partir de 2011. A não ser que Aécio tome o comando do PSDB, acabe com o discurso raivoso e provoque uma virada completa. Mas falta combinar com os russos: os tucanos empurram sua base cada vez mais para a direita. Depois, talvez, seja tarde pra trazer esse eleitorado para o centro.
Índio, por exemplo, mesmo derrotado, já ganhou notoriedade. Virou um lacerdinha do século XXI. Sem brilho, é verdade. Mas isso pouca importa a essa gente – que age de forma calculada, para acirrar os ânimos e conflagar o país.

Comentários

Anônimo disse…
se as farcs sao os socios que encomoda o pt, porque o pt nao mostra pra sociedade quais sao os socios que encomoda o serra, que tal veronica serra a filha prodiga e o seu tesoureiro ricardo sergio. Qual foi a melhor atitude, pegar em armas pratentar resgatar a democracia ou se acovardar indo pro exilio, posso estar errado mas o povo detesta covardes que fogem a luta e depois que passa o perigo
e aparecem e se dizendo vitimas de ditadura, enquanto na verdade ajudou a manter a ditadura no momento em que covardemente virou as costas pro brasil e foram morar no exterior ate a poeira abaixar.
Anônimo disse…
Quando me disseram que o |PT não sabia governar eu fiquei cético, mas agora vejpo que quem segue o pt é burro!
Zeca Peixoto disse…
É, caro Anônimo, vc está entre os 5% de brasileiros "inteligentes". Hehehe...um comentário desse só pode vir de um asno...

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