Entrevista com Marina Silva: encenação para continuar ataques ao PT



A candidata do PV Marina Silva não se presta apenas ao papel de linha auxiliar da candidatura Demo-tucana. Ela também se expõe a bofetadas indiretas para atingir o PT e sua candidata. Muitos que assistiram a entrevista do Jornal Nacional de ontem à noite acreditaram que o apresentador William Bonner estivesse dando um aperto em Marina. Ledo engano. A candidata do PV não foi acionada para falar sobre seu programa de governo ou temas ecopolíticos, o que seria esperado. Ela foi, sim, utilizada para que Bonner e Fátima Bernardes requentassem o mensalão, tema que demandou cerca de 80% do tempo da entrevista. O que Ali Kamel, via casal global, planejou foi resgatar o assunto na agenda política. E as perguntas direcionadas à candidata verde tinham o propósito de fazer com que Marina reforçasse o ataque, mesmo que assumindo uma postura equidistante e defensiva para censurar o episódio. Os espasmos nervosos de Bonner vistos ontem não passaram de encenação. Convenhamos, a estratégia foi bem montada. As aparências da entrevista denotaram para os incautos um certo “estilo” de conduta do jornalista que presumivelmente se manifesta com qualquer entrevistado, independente de quem for. Certamente que Bonner manterá seu “estilo” com Serra, não no intuito de constrangê-lo, tenham certeza, mas para que as bolas sejam levantadas com graus de dificuldades dosados à habilidade do candidato demotucano. Vale lembrar certo blogueiro ligado às organizações Globo que afirmou, após a entrevista de Dilma no JN, que “jornalismo é perguntar o que não se quer responder ou não se quer ouvir, o resto é publicidade”. O blogueiro acertou no contexto e errou no subtexto. Para o manual de redação da Vênus Platinada o correto é afirmar: pergunta-se o que agrada à oposição para publicizar o seu candidato. De resto, é aquela história do comerciante que se faz de cliente para tecer elogios ao próprio camêlo que está à venda para convencer um terceiro a comprá-lo.

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