Que imprensa é essa?
Jornalismozinho-senso-comum-que-beira-o-ridículo. Duas colunas políticas de “peso”, uma nacional e outra local, brindaram os leitores soteropolitanos neste sábado com pérolas típicas da limitada, chinfrim e preconceituosa prática jornalística tupiniquim. A primeira, intitulada Pequenas cabeças, grandes bobagens, assinada por “destacada” jornalista da crônica política nacional, ataca as palavras do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que atribuiu o desenrolar da crise aérea a um surto de desenvolvimento nacional. A segunda, de título O apagão federal, sob a responsabilidade de um jornalista “muito conceituado” na seara baiana, praticamente repetia como papagaio a primeira. Ambas articularam seus argumentos na velha e cansada cantinela de sempre: governo incompetente, perdido, corrupto etc. O diapasão comum que unia a primeira à segunda foi a crise aérea. Como um ventríloquo, o colunista local citou quase os mesmos personagens da colunista nacional. Talvez como salamaleque do jornalista soteropolitano-provinciano à jornalista nacional. Uma piada.
Para a colunista, todos os problemas do país foram iniciados a partir de primeiro de janeiro de 2002. Tucana militante, a jornalista se apega à tese de que a ordem e o progresso do país não existem caso não esteja no poder a claque tucanato-democrata conservadora quatrocentona paulista. Já o jornalista local (localzinho mesmo!) se apega ao derrotado ex-governador Paulo Souto como fonte de opinião para analisar as necessidades de infra-estrutura aérea no aeroporto de Salvador, que teimo em chamar de Dois de Julho.
É tudo informação lâmina d´água. É sabido que o motivo da crise aérea brasileira decorre de um problema político-administrativo do setor de Controle de Tráfego Aéreo. Os controladores querem a desmilitarização do sistema. E é justo que queiram. Trata-se de demanda que o ministro da Defesa, Waldir Pires, sabe que é inexorável o atrito, afinal de contas o velho fantasma da insubordinação nas Forças Armadas ainda espanta a governabilidade. Os controladores de vôo são subordinados ao Ministério da Aeronáutica.
Para preencherem o vazio de raciocínio e análise das suas colunas, batem e rebatem nos problemas comezinhos do dia-dia do varejo político. O colunista baiano, por exemplo, nos últimos tempos tem revezado a bola entre duas das suas bem “visitadas” fontes, os deputados federais José Carlos Aleluia (DEM-BA) e Jutahy Magalhães (PSDB-BA). É um tal de levantar a pelota para os caras chutarem.
Perde-se a noção da totalidade. É como se a política fosse reduzida a factóides numa colcha de retalhos onde nada se liga. Talvez a leitura de Hegel fosse necessária como instrumento de educação política para esses comentaristas. Ao menos para entenderem que a sociedade não é algo compartimentado nos seus acontecimentos e sim um entrelace de fatos que agem como um assentar de terras no terremoto diário das transformações que esta experimenta. São contradições correntes numa sociedade de desiguais que devem remeter a análises mais concretas no jornalismo. É justo que o leitor e a opinião pública tenham o direito de saber. Não de índices, mas de informações completas.
Para a colunista, todos os problemas do país foram iniciados a partir de primeiro de janeiro de 2002. Tucana militante, a jornalista se apega à tese de que a ordem e o progresso do país não existem caso não esteja no poder a claque tucanato-democrata conservadora quatrocentona paulista. Já o jornalista local (localzinho mesmo!) se apega ao derrotado ex-governador Paulo Souto como fonte de opinião para analisar as necessidades de infra-estrutura aérea no aeroporto de Salvador, que teimo em chamar de Dois de Julho.
É tudo informação lâmina d´água. É sabido que o motivo da crise aérea brasileira decorre de um problema político-administrativo do setor de Controle de Tráfego Aéreo. Os controladores querem a desmilitarização do sistema. E é justo que queiram. Trata-se de demanda que o ministro da Defesa, Waldir Pires, sabe que é inexorável o atrito, afinal de contas o velho fantasma da insubordinação nas Forças Armadas ainda espanta a governabilidade. Os controladores de vôo são subordinados ao Ministério da Aeronáutica.
Para preencherem o vazio de raciocínio e análise das suas colunas, batem e rebatem nos problemas comezinhos do dia-dia do varejo político. O colunista baiano, por exemplo, nos últimos tempos tem revezado a bola entre duas das suas bem “visitadas” fontes, os deputados federais José Carlos Aleluia (DEM-BA) e Jutahy Magalhães (PSDB-BA). É um tal de levantar a pelota para os caras chutarem.
Perde-se a noção da totalidade. É como se a política fosse reduzida a factóides numa colcha de retalhos onde nada se liga. Talvez a leitura de Hegel fosse necessária como instrumento de educação política para esses comentaristas. Ao menos para entenderem que a sociedade não é algo compartimentado nos seus acontecimentos e sim um entrelace de fatos que agem como um assentar de terras no terremoto diário das transformações que esta experimenta. São contradições correntes numa sociedade de desiguais que devem remeter a análises mais concretas no jornalismo. É justo que o leitor e a opinião pública tenham o direito de saber. Não de índices, mas de informações completas.
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