Uma justa homenagem para Marighella




Existe um monumento na Avenida Luis Viana Filho, em Salvador, que homenageia o falecido deputado federal Luis Eduardo Magalhães (PFL), filho do também falecido senador Antonio Carlos Magalhães, o ACM (DEM, ex-PFL). Trata-se de uma obra que apenas enaltece o legado de uma dinastia política que dominou a Bahia com unha de ferro durante décadas. A família Magalhães fermentou seu poder como uma espécie de apêndice do Regime Militar em consonância com interesses econômicos e políticos. As regras no Estado foram ditadas de forma violenta e autoritária, em todo seu tecido institucional e para além dele. O carlismo foi uma variável fascista do regime na Bahia. O que este blog está propondo é a erradicação daquele monumento para que no local se erga homenagem a um verdadeiro herói baiano e brasileiro, Carlos Marighella, o inimigo número um da ditadura militar. Há 40 anos Marighella foi assassinado pelos órgãos de repressão. O militante foi morto na Rua Casa Branca, centro de São Paulo, em 1969, numa emboscada coordenada por agentes da equipe do delegado Sérgio Paranhos Fleury. Ele se dirigia para uma reunião política com frades dominicanos. Lutador incansável pela democracia, filho de uma descendente de escravos haussá e de um operário italiano imigrante, Carlos Marighella enfrentou a ditadura do Estado Novo na década de 30, participou da recosntrução democrática do país após a queda de Vargas e tornou-se deputado federal pelo PCB na Assembléia Nacional Constituinte de 1946. Posteriormente, tendo seu partido caido novamente na ilegalidade durante o governo de Gaspar Dutra (1946-1950), Marighella voltou à vida clandestina. Quando ocorreu o golpe militar, em 1964, o líder comunista se afastou do PCB por questões políticas e fundou a Ação Libertadora Nacional (ALN). Entendeu necessário recorrer às armas para enfrentar a violenta e bárbara repressão perpetrada pelos militares contra o povo brasileiro, principalmente depois do AI-5, instaurado pelo regime no final do ano de 1968. Com o ato, o pais foi fascistizado radicalmente. Marighella dizia: “Se o povo está sendo agredido, tem direito de se defender com armas”. Fica portanto lançada a campanha de mudança do monumento da Avenida Luis Viana. No seu lugar vamos homenagear Carlos Marighella, um personagem histórico que lutou pelo bem estar do povo brasileiro. Em breve este blog disponibilizará uma lista eletrônica para adesão a esta proposta.

Comentários

Anônimo disse…
Bravíssimo! Concordo plenamente que Marighella mereça os méritos de tal homenagem por infindáveis razões.

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