Sejamos realistas, enxerguemos o possível!



Diante das últimas pesquisas divulgadas pelos institutos Sensus, Vox poppuli e Datafolha, cujos resultados variam da ligeira vantagem para a candidata petista Dilma Rousseff ao empate técnico com seu opositor, José Serra (PSDB), é de se supor que a coordenação de campanha demotucanamidiática procure uma saída para enfrentar a avalanche de votos que estão sendo transferidos pelo presidente Lula à sua candidata. Os números são expressivos. No Sensus, Dilma ficou com 38% das intenções de voto e Serra 35%; no Vox Poppuli a petista atingiu 37% contra 35% do seu opositor; e no Datafolha ambos empataram em 37%. Dilma já esteve a 25 pontos percentuais abaixo de José Serra, que desde fevereiro se encontra estagnado. Mas o estrago maior foi no próprio terreiro tucano. Segundo o Datafolha, em pouco mais de um mês a vantagem que Serra tinha no sudeste caiu de 19 para 7 pontos. Em meados de abril o candidato demotucano beirava os 45%, contra 26% da petista nesta região. O quadro foi quase o mesmo no sul. Em abril a vantagem de Serra sobre Dilma era de 22 pontos (48 a 26) e regrediu para apenas três pontos na última sondagem. E o dado mais forte: em dois anos Dilma Rousseff eliminou a diferença de 40 pontos para o adversário na seara nacional. É pouco? Esta sopa de algarismos pode ter entorpecido a cabeça do comando demotucanomidiático e despertado os instintos mais vis da extrema direita brasileira. E a saída para as cassandras pode ser a radicalização do processo. Golpe à vista? Sejamos realistas, enxerguemos o possível. Nesta segunda, a procuradora do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Sandra Cureau, afirmou: “a candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff (PT) à Presidência caminha para ter problemas já no registro e, se eleita, na sua diplomação”. Segundo Cureau, “existe uma quantidade imensa de coisas na pré-campanha de Dilma que podem ser interpretadas como abusos de poder econômico e político”. Dado o recado. Quem tiver ouvidos para escutar e cabeça para entender que o faça. Não se pretende aqui aludir nenhuma teoria conspiratória, mas é factível imaginar que as insinuações acerca da jurisdicionalização da campanha começam a ganhar corpo entre políticos oposicionistas, colunistas e membros do Judiciário. A despeito dos argumentos de esquina que continuam embalando a mídia do PSDem, tipo “a ascensão de Dilma decorreu de um programa ilegal de TV”; “Junho será o mês de Serra”; ou “Aécio será convidado a ser vice, dando ânimo à campanha”, o fato é que o consórcio demotucano está cônscio que pode se tratar de uma batalha inglória. O plebiscito que se avizinha será extremamente desvantajoso para seu candidato. Guardadas as diferenças e proporções, não temo afirmar que existem setores da reação inclinados a hondurar o processo político brasileiro. O intento, não há dúvida, é inviabilizar juridicamente a candidatura de Dilma com ares de legitimidade. Esta estratégia pode ainda não está sendo externada a plenos pulmões, mas os sinais que dela emanam já são perceptíveis. Os brucutus de 1964 podem estar sendo arrancados dos subterrâneos para garantir “a ordem” invertida e a sobrevivência da UDN. Fiquemos alertas!

Comentários

Max Fonseca disse…
heuiaheuihauieha!
Inspira terror!

Boa, Peixoto!

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