STT e patrões da imprensa querem desconstruir o Jornalismo; não deixaremos!
Não percamos tempo discutindo a decisão de uma corte que se mostrou incompetente para julgar a obrigatoriedade do diploma de Jornalismo. Aqueles ministros, ao equivalerem nossa função à arte, poesia e literatura, e até mesmo à culinária – e aqui eu externo o mais profundo respeito aos cozinheiros - mostraram desconhecer o tema de forma escabrosa. Não sabem que a própria formação acadêmica adveio de uma deontologia específica, gerada pela prática que posteriormente passou a ser sustentada por ampla base teórica. Sim, já se tem razoável cabedal de conhecimento para uma teoria do jornalismo e inúmeros congressos científicos já a debateram em seus diversos aspectos. Existe vasta pesquisa científica no campo do Jornalismo. De resto, a ignorância daqueles senhores togados que ainda observam o jornalismo a partir de uma ótica romantizada, que talvez rememore o tempo em que alguns deles militaram na imprensa. Um tempo em que o fazer jornalístico estava mais próximo da literatização da prática do que o praticado hoje, acadêmico e com método. Julgaram sem saber patavinas o que estavam julgando. Beócios! Capachos do patronato da midiocracia brasileira! O mundo acabou? Claro que não! Mais do que nunca as escolas e faculdades de Jornalismo devem buscar ações afirmativas e mostrar por A mais B quem de fato prepara os profissionais. É um desafio que se posta, pois é este o momento de fazer a diferença e, na seara do mercado, sustentar quem tem background para responder às demandas que o novo Jornalismo exige. Vamos atuar nesta frente que deve ser concomitante à outra, política e engajada. De imediato, proponho o debate de um projeto de lei que defenda a obrigatoriedade do diploma para o exercício do Jornalismo. Será luta árdua, e isso é sabido. Teremos que enfrentar os poderosos lobbys do patronato da mídia no Legislativo e seus setrapas nos meios de comunicação, lambe botas dos donos dos meios. Não temos nada a perder, não percamos tempo! Façamos, nós jornalistas e também os estudantes de jornalismo, uma nova base de luta. É preciso descortinar o pano de fundo que sustenta um dos argumentos mais falaciosos utilizados pelos defensores da extinção do diploma: a liberdade de expressão. Não, eles não querem coisíssima nenhuma defender liberdade de expressão e sim a liberdade de empresa. Correm de um código de ética como o diabo da cruz e abominam qualquer forma de normatização do Jornalismo e, por tabela, da prática profissional. O que eles tem é dinheiro e influência para convencer os ministros do Supremo Tribunal Federal, que querem transformar esse país num feudo comunicacional, numa roça midiática. Falar nisso, se Eros Grau, um dos ministros que deu voto favorável à extinção do diploma, resolvesse viver de texto estava fadado à fome. Como escreve mal! É péssimo escritor, na verdade um escritorzinho menor! Ou melhor, uma merda de escritor! Não reclame, Eros, estou exercendo minha “liberdade de expressão”. Sem mais delongas, à luta companheiros, e rápido!
Comentários
Deram um tiro no próprio pé.
PARABÉNS SUPREMO, REGREDIMOS!
ESTOU DE LUTO.