Quebra do sigilo da filha de Serra decorreu de briga interna no PSDB
Renato Rovai começa a esclarecer a quebra do sigilo fiscal da filha de Serra
Desde ontem, depois de ter colocado a nota onde apontava uma outra trilha a ser seguida pela investigação acerca da quebra de sigilos, passei a receber emails sobre o episódio.
A história ganhou outra proporção e tomarei todos os cuidados para não cometer aqui nenhuma injustiça ou leviandade.
Publicarei o que tenho até para que outros jornalistas possam seguir as novas pistas.
A primeira questão importante e que não está sendo levada em conta é que apesar de as quebras de sigilo terem sido realizadas no ABC, em Mauá e Santo André, há dois modus operandi distintos.
No caso de Eduardo Jorge, Ricardo Sérgio e os outros envolvidos em casos suspeitos do período das privatizações, a quebra do sigilo foi a partir do uso de senhas. Ou seja, alguém violou o sigilo “por dentro”.
A quebra do sigilo de Verônica Serra se deu com base num documento falso e com a ajuda do contador Atella.
Isso permite imaginar que a ação foi realizada por dois grupos diferentes. Quem sabe que a porta da casa fica aberta, não vai buscar assaltá-la entrando pela lareira.
O primeiro modus operandi é mais profissional. Com acesso a dados internos da receita. Ou seja, quem o utilizou é especializado.
O segundo grupo (que quebrou o sigilo da filha de Serra), mais amador. Que sabendo que naquele posto de Mauá era possível a quebra de sigilo foi buscar nas redondezas alguém pudesse saber como fazê-lo.
E chegou a esse alguém que pode vir a ser o contador Atella ou ainda outra pessoa que o usou como intermediário sem que ele soubesse de fato o que estava fazendo.
Esse método parece mais algo do tipo “investigação jornalística”.
Vai-se ao local e busca-se alguém que saiba como a coisa funciona.
Veja o que o próprio contador acaba de dizer sobre de onde teria sido o pedido da quebra de sigilo de Verônica Serra:
Atella afirmou nesta quinta-feira ao O Estado de S. Paulo um certo Cabral o procurou em setembro de 2009 e lhe encomendou um serviço junto à Receita:
“- a apresentação de um lote de “cerca de 18″ pedidos de obtenção de cópias de declarações de imposto de renda de pessoas físicas. Cabral tinha pressa, conta Atella.
- Ele disse: Ô Atella, os documentos são para um pessoal de Brasília e de Minas, eles estão vindo aí. Tem que ser coisa rápida?
Segunda Parte:
Há uma outra hipótese que não pode ser desprezada. É a de que o sigilo tenha sido quebrado pelo mesmo grupo e que ele tenha aprendido como realizar o crime de forma mais profissional.
Afinal, a quebra de sigilo de Verônica Serra foi realizada no dia 30 de agosto de 2009. A do grupo da privatização, em 8 de outubro de 2009, no mesmo dia, de um mesmo computador e em um período de 15 minutos.
A quebra de sigilo de Verônica se deu em Santo André. A do grupo da privatização em Mauá.
Em sendo o mesmo grupo, os “operadores” aprenderam como realizar o crime deixando menos indícios.
Essa hipótese, porém, não é a que está sendo considerada por uma das fontes que me passou parte da história que estou contando aqui. Este blogueiro, porém, não a ignora. Mas antes de continuar nesse assunto, vamos a outro.
Toda a mídia mineira sabe que Aécio Neves considerou o texto do articulista Mauro Chaves, publicado na página 2 de O Estado de S. Paulo, de 28 de fevereiro de 2009, como uma declaração de guerra do grupo de Serra.
O título do artigo era: “Pó, pará, governador?”
Nem Aécio e nem seus aliados consideraram que palavra “pó” tivesse sido utilizada à toa no artigo de Mauro Chaves.
Aliás, Juca Kfouri em entrevista a este blogueiro, quando do episódio da suposta agressão de Aécio à namorada, foi claro acerca da questão.
Não foi só Aécio que sentiu a agressão de Mauro Chaves. Se o leitor leu o texto do articulista já percebeu que uma boa parte dos tiros foi em direção a imprensa daquele estado.
A imprensa mineira decidiu ir à guerra.
Veja as capas de hoje dos jornais vinculados ao grupo Diarios Associados: O Estado de Minas e O Correio Braziliense.
Compare as capas desses jornais com a qualquer outro jornal do país. Agora volte um pouco no texto e veja sobre que locais o contador Atella atribui o pedio da quebra de sigilo fiscal da filha de Serra.
Volto daqui a pouco, preciso almoçar.
Desde ontem, depois de ter colocado a nota onde apontava uma outra trilha a ser seguida pela investigação acerca da quebra de sigilos, passei a receber emails sobre o episódio.
A história ganhou outra proporção e tomarei todos os cuidados para não cometer aqui nenhuma injustiça ou leviandade.
Publicarei o que tenho até para que outros jornalistas possam seguir as novas pistas.
A primeira questão importante e que não está sendo levada em conta é que apesar de as quebras de sigilo terem sido realizadas no ABC, em Mauá e Santo André, há dois modus operandi distintos.
No caso de Eduardo Jorge, Ricardo Sérgio e os outros envolvidos em casos suspeitos do período das privatizações, a quebra do sigilo foi a partir do uso de senhas. Ou seja, alguém violou o sigilo “por dentro”.
A quebra do sigilo de Verônica Serra se deu com base num documento falso e com a ajuda do contador Atella.
Isso permite imaginar que a ação foi realizada por dois grupos diferentes. Quem sabe que a porta da casa fica aberta, não vai buscar assaltá-la entrando pela lareira.
O primeiro modus operandi é mais profissional. Com acesso a dados internos da receita. Ou seja, quem o utilizou é especializado.
O segundo grupo (que quebrou o sigilo da filha de Serra), mais amador. Que sabendo que naquele posto de Mauá era possível a quebra de sigilo foi buscar nas redondezas alguém pudesse saber como fazê-lo.
E chegou a esse alguém que pode vir a ser o contador Atella ou ainda outra pessoa que o usou como intermediário sem que ele soubesse de fato o que estava fazendo.
Esse método parece mais algo do tipo “investigação jornalística”.
Vai-se ao local e busca-se alguém que saiba como a coisa funciona.
Veja o que o próprio contador acaba de dizer sobre de onde teria sido o pedido da quebra de sigilo de Verônica Serra:
Atella afirmou nesta quinta-feira ao O Estado de S. Paulo um certo Cabral o procurou em setembro de 2009 e lhe encomendou um serviço junto à Receita:
“- a apresentação de um lote de “cerca de 18″ pedidos de obtenção de cópias de declarações de imposto de renda de pessoas físicas. Cabral tinha pressa, conta Atella.
- Ele disse: Ô Atella, os documentos são para um pessoal de Brasília e de Minas, eles estão vindo aí. Tem que ser coisa rápida?
Segunda Parte:
Há uma outra hipótese que não pode ser desprezada. É a de que o sigilo tenha sido quebrado pelo mesmo grupo e que ele tenha aprendido como realizar o crime de forma mais profissional.
Afinal, a quebra de sigilo de Verônica Serra foi realizada no dia 30 de agosto de 2009. A do grupo da privatização, em 8 de outubro de 2009, no mesmo dia, de um mesmo computador e em um período de 15 minutos.
A quebra de sigilo de Verônica se deu em Santo André. A do grupo da privatização em Mauá.
Em sendo o mesmo grupo, os “operadores” aprenderam como realizar o crime deixando menos indícios.
Essa hipótese, porém, não é a que está sendo considerada por uma das fontes que me passou parte da história que estou contando aqui. Este blogueiro, porém, não a ignora. Mas antes de continuar nesse assunto, vamos a outro.
Toda a mídia mineira sabe que Aécio Neves considerou o texto do articulista Mauro Chaves, publicado na página 2 de O Estado de S. Paulo, de 28 de fevereiro de 2009, como uma declaração de guerra do grupo de Serra.
O título do artigo era: “Pó, pará, governador?”
Nem Aécio e nem seus aliados consideraram que palavra “pó” tivesse sido utilizada à toa no artigo de Mauro Chaves.
Aliás, Juca Kfouri em entrevista a este blogueiro, quando do episódio da suposta agressão de Aécio à namorada, foi claro acerca da questão.
Não foi só Aécio que sentiu a agressão de Mauro Chaves. Se o leitor leu o texto do articulista já percebeu que uma boa parte dos tiros foi em direção a imprensa daquele estado.
A imprensa mineira decidiu ir à guerra.
Veja as capas de hoje dos jornais vinculados ao grupo Diarios Associados: O Estado de Minas e O Correio Braziliense.
Compare as capas desses jornais com a qualquer outro jornal do país. Agora volte um pouco no texto e veja sobre que locais o contador Atella atribui o pedio da quebra de sigilo fiscal da filha de Serra.
Volto daqui a pouco, preciso almoçar.
Comentários
O jornalista Luiz Carlos Azenha publicou a introdução do livro de Amaury Ribeiro Jr., "Os Porões da Privataria", em seu blog, Vi O Mundo.
Veja aqui.
Ou no blog Imprensa Marginal.
Abraços!