Bispo denuncia trama armada contra Dilma na seccional paulista da CNBB


Maria Inês Nassif conta hoje, no Valor Econômico, como a Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) patrocinou uma campanha contra a candidatura de Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores.
A matéria relata que, no dia da eleição, o padre Paulo Sampaio Sandes expôs na homilia o suposto veto da Igreja Católica brasileira a Dilma e a todos os candidatos do PT. Segundo informa Maria Inês Nassif, o padre Paulo faz parte de uma congregação tradicional que é contra, entre outras coisas, o aborto, a união civil de homossexuais e a adoção de crianças por casais de homossexuais. Na saída da missa, o padre distribuiu uma carta onde a regional da CNBB pede aos fies que não votem em candidatos que defendem o aborto, nomeando os candidatos petistas. Não foi um caso isolado.
O bispo de Jales, Demétrio Valentini, denunciou que integrantes da Regional Sul, contando com a conivência de alguns bispos, articularam uma trama para induzir os fiéis paulistas a acreditarem que a CNBB nacional tinha imposto um veto aos candidatos do PT nessas eleições, o que é negado pela direção da entidade. “Estamos constrangidos, pois a nossa instituição foi instrumentalizada politicamente com a conivência de alguns bispos”, disse Valentini ao Valor. A Regional Sul 1, que abrange as dioceses do Estado de São Paulo, recomendou que às paróquias que distribuíssem o “Apelo aos Brasileiros”, que acusa o PT de ser parceiro do “imperialismo demográfico representado por fundações norteamericanas” e de “apoiar o aborto”. Apesar do desmentido da CNBB nacional, o documento foi distribuído em São Paulo.
Um dos articuladores do movimento antipetista na Igreja Católica, diz ainda a matéria de Maria Inês Nassif, é o bispo de Guarulhos, Dom Luis Gonzaga. Em julho deste ano, ele escreveu um artigo intitulado “Daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, onde, entre outras coisas, recomendou aos “verdadeiros cristãos católicos” que não apoiassem Dilma e o PT. Dom Valentini vem reagindo, por meio de artigos, contra esse movimento. “Não é bom para a democracia que alguns decidam pelos outros(…) Mas é pior ainda para a religião, seja qual for, pressionar os seus adeptos para que votem em determinados candidatos, ou proibir que votem em determinados outros em nome de convicções religiosas”, escreveu o bispo de Jales no artigo intitulado “Pela liberdade de consciência”.
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